quarta-feira, 15 de julho de 2009

A competição dos relógios internos


Para calcular o tempo de um evento curto, os olhos podem enganar os ouvidos

Seu parceiro no jogo de tênis golpeia a bola, e em uma fração de segundo você está mergulhando em direção a ela – mas foi o som do golpe ou a visão da bola que informou ao seu cérebro que o corpo deveria reagir naquele exato momento? Pesquisa recente indica que cada sentido tem seu próprio “relógio”, usado para julgar o tempo e a duração de estímulos fugazes. Os cientistas ainda não sabem é como esses marcadores internos interagem, mas um novo estudo sugere que eles podem enganar uns aos outros.

Uma equipe de neurocientistas, coordenados pela pesquisadora Virginie Van Wassenhove, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, descobriu que uma ilusão visual de alongamento do tempo podia alterar a percepção de estímulos auditivos de voluntários; já as ilusões referentes a sons não tinha o mesmo feito em relação às impressões visuais. A capacidade do relógio visual do cérebro de suplantar seu similar auditivo provavelmente reflete a tendência de nosso cérebro de dar maior peso a sinais que podem representar uma ameaça, diz Marc Wittmann, pesquisador do tempo na Universidade da Califórnia, em San Diego, que não esteve envolvido no estudo.

“Um objeto que se aproxima tem valor emocional, como um cachorro correndo na sua direção, por exemplo”, compara. Eventos emocionais que estimulam regiões do cérebro responsáveis por nos colocar em situação de alerta estão armazenados em nossa memória com mais detalhes e, portanto, parecem ter acontecido durante um longo período. O estudo é um passo importante no esforço de entender as interações entre os cronômetros e os sensores cerebrais.

Fonte: Blog Mente e Cérebro


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