sexta-feira, 8 de março de 2013

Fragmentos de mim



Dizem que todas as pessoas têm um cheiro próprio, eu não sei se eu tenho um. Mas eu gosto do cheiro que fica na terra depois que a chuva passa; gosto do cheiro de livro novo.

Também dizem que todas as pessoas têm uma música, ou pelo menos deveriam ter. Eu não tenho, mas gosto das canções que tocam o coração. Gosto de viajar na melodia e me perder nas palavras de amor.

Já ouvi por aí também que todas as pessoas têm três missões na vida antes de morrer: plantar uma árvore, dar à luz um filho e escrever um livro. Eu já cumpri as três, então será que está na hora de eu morrer?


"Eu nunca fui uma moça bem-comportada. Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem orgasmos múltiplos ou para o amor mal resolvido sem soluços. Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo. (...) 
Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que quase me deixa exausta. Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo. Eu sei chorar toda encolhida abraçando as pernas. Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar.... 
Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente...
Acredito em coisas sinceramente compartilhadas. Em gente que fala tocando no outro, no toque mesmo, na voz, ou no conteúdo. Eu acredito em profundidades. 
E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos. São eles que me dão a dimensão do que sou."