sexta-feira, 21 de agosto de 2009

No mundo da lua


Eu queria tanto saber em qual curva do caminho eu me perdi.
Porque ultimamente tá foda, não consigo me encontrar.

Nick - o cachorro que pensa que é gente


Fala se existe coisa mais gostosa que isso na vida.

A Tristeza é feia e quer casar

Está no dicionário:

Tristeza: [Do lat. tristitia.] S.f. 1. Qualidade ou estado de triste. 2. Falta de alegria. 3. Pena, desalento, consternação. 4. Aspecto revelador de mágoa ou aflição.

Mas a tristeza, isso a gente sabe, também é quando o olhar desbota, a voz perde a força, o andar fica pesado e impossível. É quando a cabeça não tem fome de nada, saciada no silêncio. Ou ainda: é quando o rio que corre lá dentro da alma transborda e é preciso escoar de algum jeito. E o jeito são as lágrimas.

A tristeza é, na verdade, uma moça. Não muito bonita. Um pouco feia. Ela tem cabelos longuíssimos e sem vida, que cresceram sem que ela percebesse. Há anos estão penteados do mesmo jeito. Sua roupa é bem feita, mas não tem cor. As mãos são mornas, melífluas, de poucos movimentos e sempre vagarosos. Finos e magros, seus pés cabem em qualquer sapato de qualquer tamanho. Sua boca é lilás, como a boca dos mortos. Fala pouco, e quando o faz as palavras já saem vaporizadas, flutuando no ar antes de cairem ao chão, dissolvidas em seus significados.

Apesar disso, a Tristeza mora em uma casa acolhedora, com perfume de baunilha e cortinas rendadas da cor do âmbar. Há sempre música no ar, e ela sempre sabe que música colocar. Na entrada existe um daqueles tapetinhos escrito “bem-vindo”, próximo à porta com uma guirlanda em formato de coração. Ela sabe que receber bem é importante, assim as pessoas ficam.

A Tristeza tem muitos amigos. Mas a Tristeza vive triste, porque eles só a visitam quando as coisas não vão bem, e partem assim que se sentem melhor. O que não faz da Tristeza uma moça solitária. A Tristeza tem sempre uma companhia.

A Tristeza, moça meio sem graça, tem um desejo. A Tristeza quer casar. Quer encontrar um amor. A Tristeza quer ter muitos filhos e, no fundo, não deseja que eles sejam parecidos com ela. Porque a Tristeza precisa da alegria à sua volta, assim o mundo lhe parece melhor.

Talvez seja como diz aquela canção: “A tristeza tem sempre uma esperança, de um dia não ser mais triste não”.

Tristeza e eu nos encontramos de vez em quando. A última foi quando Léo se foi, ela me pegou no colo enquanto eu chorava. Léo, em toda sua doçura, por certo já tinha se encontrado com ela naqueles dias, sabendo que não descansaria mais sob a sua jabuticabeira. Os gatos sabem.

Mas a Tristeza. Ela quer casar. Quer encontrar alguém que desalinhe seus cabelos e a faça falar pelos cotovelos. Que a leve para morar numa casa nova. Tristeza se mudará, e não deixará o novo endereço para ninguém. Apenas um recado na porta da velha casa, no lugar da sua guirlanda de coração: ”Tristeza não mora mais aqui“.

(Autora Silmara Franco)


Dica cultural para o final de semana


DA INDEPENDÊNCIA AO GRITO: UM PROJETO DE MONUMENTO

Tendo como pretexto as comemorações da efeméride de 7 de setembro, a exposição “Da independência ao Grito”, no Monumento à Independência e na Casa do Grito, resgata os processos históricos que precederam a Independência do Brasil e os movimentos sociais que a desencadearam. Com curadoria da arqueóloga Margarida Andreatta, da historiadora Cecília Salles e do museólogo Ricardo Bogus - todos do Museu Paulista, a mostra é dividida em dois módulos - Um projeto de monumento e Histórias de uma casa de pau-a-pique.

O Monumento à Independência - que juntamente com a cripta em seu interior é marco simbólico das origens nacionais, recebe o acervo do tópico Um projeto de monumento, com textos, fotografias, mapas e documentários que remetem a proclamação de 1822. "Procuramos oferecer múltiplas possibilidades de compreensão desse período", explica Cecília Salles.

Entre os destaques do módulo estão projeções dos documentários Memória da Independência - sobre exposição apresentada no Rio de Janeiro em 1972, Ipiranga 1922 - que acompanha a construção do Monumento à Independência, e Dom Pedro volta ao Ipiranga - um roteiro do percurso dos restos mortais do imperador até a chegada ao Brasil. Os filmes foram cedidos pela Cinemateca Brasileira e pelo Museu da Imagem e do Som - MIS.

Na Casa do Grito, em Histórias de uma casa de pau-a-pique, vários aspectos da edificação - um dos raros exemplares dessa técnica construtiva na cidade – são retratados por meio de imagens - reconstituição do período em que era habitada, ilustrações, textos e até de uma maquete. Depoimentos de ex-moradores do imóvel, recolhidos na década de 80 em pesquisa da arqueóloga Margarida Andreatta, completam o acervo. De acordo com os curadores, a ideia é situar historicamente a construção, tombada em 1975 pelo Condephaat, dentro do bairro do Ipiranga e do Parque da Independência.


ONDE?

Museu Paulista da USP

Parque da Independência: Av. Nazaré, s/nº - Ipiranga. Tel: (11) 2065-8000.

Terça a domingo, das 9h às 17h.

Exposição por tempo indeterminado.

Entrada: R$4.


VOCÊ SABIA?

O Monumento à Independência foi criado em 1922 como parte das comemorações do centenário da emancipação política brasileira. Em 1917, o Governo do Estado organizou um concurso, aberto à participação de artistas brasileiros e estrangeiros que apresentaram projetos e maquetes. O conjunto de maquetes foi exposto no Palácio das Indústrias. O meio cultural fez críticas à realização do concurso, à participação de artistas estrangeiros e à composição da comissão julgadora. O projeto vencedor foi o do artista italiano Ettore Ximenes, cuja aprovação não teve a unanimidade da comissão, que estranhou a ausência de elementos mais representativos do fato histórico brasileiro a ser perpetuado. O projeto de Ximenes foi então alterado, com a inclusão de episódios e personalidades vinculados ao processo da independência, tais como: a Revolução Pernambucana de 1817, a Inconfidência Mineira de 1789, as figuras de José Bonifácio de Andrada e Silva, Hipólito da Costa, Diogo Antonio Feijó e Joaquim Gonçalves Ledo, principais articuladores do movimento.

O monumento, embora não concluído, foi inaugurado em 7 de setembro de 1922, ficando completamente pronto somente quatro anos depois.

Ao longo do tempo, o monumento sofreu vários acréscimos. Em 1953, começou a ser construída, em seu interior, a cripta, onde seriam depositados os despojos da Imperatriz Leopoldina, em 1954. Em 1972, consolidou-se a sua sacralização com a vinda dos despojos de D. Pedro I e, posteriormente, em 1984, dos restos mortais de D. Amélia, segunda Imperatriz do Brasil.

Em 2000 foi criado um novo espaço em seu interior, concebido pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), possibilitando o acesso público às entranhas desta escultura comemorativa. O trabalho concentrou-se nas alterações arquitetônicas no interior do monumento: novos acessos da Capela Imperial, construção da escada monumental , sanitários, áreas de apoio e serviços. Externamente, foram restaurados os grupos escultóricos do monumento. O painel em alto-relevo, “Independência ou Morte”, recebeu intervenção interna e externa.


Monumento à Independência

Pça. do Monumento, s/no - Ipiranga, São Paulo, SP

Fone 11 2273 4981

Aberto de terça a domingo, das 9 às 17h

Visita orientada.

Entrada franca.

Pra não pensar em você


Sabe aqueles dias que você ouve uma música e ela não sai da sua cabeça o dia inteiro? Toda hora você se pega cantarolando aquele refrão e não sai dele. A minha de hoje é essa:


PRA NÃO PENSAR EM VOCÊ
(Zezé Di Camargo & Luciano)

Quando a saudade doer e a solidão machucar
Pra não pensar em você, nem procurar seu olhar
Vou enganar a paixão,
Mentir pro coração, que já deixei de te amar
Ah, Ah, Ah
Eu vou fingir que esqueci
Que não chorei, nem sofri
Vendo você me deixar

E se a lembrança insistir
Em procurar por nós dois
Vai encontrar seu adeus
Dizendo "Volto depois"
É impossível, eu sei,
Mentir que nunca te amei
Que foi um sonho e acabou
Mas tenho que aceitar,
Cuidar de mim e tentar
Me encontar noutro amor

Mas eu me engano, me desespero
Porque te amo, porque te quero
E a minha vida é só pensar em você

O tempo todo, o dia inteiro
Sinto seu corpo, sinto seu cheiro
E a minha vida é só pensar em você

Pensamento do dia - O amor pede socorro


Era uma vez uma ilha, onde moravam os seguintes sentimentos: a alegria, a tristeza, a vaidade, a sabedoria, o AMOR e outros.

Um dia avisaram para os moradores desta ilha que ela ia ser inundada. Apavorado, o AMOR cuidou para que todos os sentimentos se salvassem; ele então falou:

--Fujam todos, a ilha vai ser inundada.

Todos correram e pegaram seu barquinho, para irem a um morro bem alto. Só o AMOR não se apressou, pois queria ficar um pouco mais na ilha.

Quando já estava se afogando, correu para pedir ajuda.

Estava passando a riqueza e ele disse:

--Riqueza, leve-me com você.

Ela respondeu:

--Não posso, meu barco está cheio de ouro e prata e você não vai caber.

Passou então a vaidade e ele pediu:

--Oh! Vaidade, leve-me com você.

--Não posso você vai sujar o meu barco.

Logo atrás vinha a tristeza.

--Tristeza, posso ir com você?

--Ah! Amor, estou tão triste que prefiro ir sozinha.

Passou a alegria, mas estava tão alegre que nem ouviu o amor chamar por ela. Já desesperado, achando que ia ficar só, o AMOR começou a chorar.

Então passou um barquinho, onde estava um velhinho.

--Sobe, amor que eu te levo.

O AMOR ficou tão radiante de felicidade que esqueceu de perguntar o nome do velhinho.

Chegando no morro alto onde estavam os sentimentos, ele perguntou à sabedoria:

--Sabedoria, quem era o velhinho que me trouxe aqui?

Ela respondeu:

--O tempo.

--O tempo? Mas, por que só o tempo me trouxe aqui?

--Porque só o tempo é capaz de ajudar e entender um grande AMOR.


(autor desconhecido)