quinta-feira, 14 de maio de 2009

Mulheres na direção

Todos os meses, escrevemos aqui na editora uma página para a Revista da Folha, intitulada Mulheres na Direção, com dicas para as moças que guiam. Vou começar a postá-las aqui. 

Boa leitura!


Heroínas também no trânsito  
Por: Marcia Vilas Boas

Medidas simples podem reduzir os transtornos causados pela volta às aulas e chuvas de verão Com o caos das ruas de São Paulo, algumas tarefas simples do dia a dia têm contribuído muito para piorar o trânsito. Mesmo com as rígidas normas impostas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), é um grande desafio, especialmente para as mulheres, enfrentar os transtornos provocados pelos congestionamentos. É que, em geral, cabe a elas a tarefa de, a caminho do trabalho, deixar os filhos na escola, assim como apanhá-los ao final de um dia exaustivo. Muitas também aproveitam o intervalo de almoço das empresas para ir ao supermercado ou salão de beleza. 

A essas heroínas do dia a dia, no entanto, convém lembrar: é possível minimizar e até evitar essas situações caóticas. Basta adotar medidas simples e práticas, como sair de casa sempre com uma boa margem de tempo, para conseguir cumprir os compromissos sem pressa; dirigir ao som de músicas relaxantes; contar com o auxílio de GPS para encurtar caminhos e localizar-se com mais facilidade; e valer-se de porta-trecos dos veículos para ter tudo à mão, como guia de ruas, garrafas de água e até barrinhas de cereais.   

Também é importante resistir à tentação de parar em fila dupla ou estacionar em local proibido no momento de apanhar os filhos na escola. Muitos colégios já adotam um sistem de comunicação por rádio, que avisa os professores da chegada do responsável pela criança. Assim, dar uma ou duas voltas no quarteirão até o aluno ser liberado é menos penoso do que esperar por ele em uma fila de mães aflitas que muitas vezes abusam das buzinas. 

Em dias de chuva, além do aumento do índice de acidentes, por conta da redução da visibilidade, há o risco de enchentes e alagamentos. Agrava ainda a situação o fato de alguns motoristas reduzirem a velocidade para dar uma espiada a qualquer sinal de tumulto. 

A saída, nesses casos, é redobrar a atenção. As recomendações básicas ao dirigir em meio à chuva fina ou a fortes pancadas são diminuir a velocidade, acender o farol, ligar o limpador de para-brisa e o desembaçador e manter a distância de pelo menos dois veículos em relação ao da frente. Se a chuva se intensificar a ponto de causar alagamento, é desaconselhável seguir ou arriscar travessias perigosas. A melhor alternativa é parar o veículo em local mais alto e esperar a água baixar. Até porque, ao conduzi-lo durante uma enchente, a motorista pode encontrar obstáculos, buracos ou sujeiras impossíveis de ser vistas no asfalto.

Na chuva

·      Acenda o farol baixo. Além de melhorar a visão, a medida pode evitar a colisão traseira;

·      Diminua a velocidade e mantenha distância mínima de oito metros do veículo da frente (aproximadamente a medida de dois carros);

·      Não freie bruscamente nem faça manobras perigosas;

·      Mantenha a velocidade do limpador de para-brisa na mesma intensidade do volume de água;

·      Use um pano para limpar os vidros por dentro e ligue a ventilação e o desembaçador.


Em alagamentos

·      Engate a primeira marcha e só mude quando passar por ele;

·      Mantenha o carro acelerado e controle a velocidade pisando na embreagem. Isso evita que a água entre;

·      Se o escapamento estiver submerso e com ruído diferente, como o de bolhas, não acelere;

·      Caso tenha de parar o carro, mantenha o pé na embreagem, coloque em ponto morto e pise nos freios com cautela, sempre com o veículo acelerado, para que a água não entre no motor. 


Reflexão...


"Preocupe-se mais com a sua consciência do que com a sua reputação.

Porque a sua consciência é o que você é,
e a sua reputação é o que os outros pensam de você.

E o que os outros pensam, é problema deles."


O mau jornalismo de hoje em dia...


Há muito tempo o jornalismo deixou de ser arte. Antigamente, os profissionais iam parar nas redações muito mais por amor ao ofício de escrever do que, propriamente, como uma forma de sobreviver. Naquela época, era comum encontrar entre os jornalistas, professores, advogados, filósofos, escritores, entre tantas outras profissões nobres.

A matéria era apurada ao extremo, não existiam as assessorias de imprensa que hoje facilitam, até demais, o trabalho dos jornais, lotando suas caixas de correio com inúmeras sugestões de pauta. As informações chegavam por meio de fontes de total confiança dos jornalistas, que as protegiam, muitas vezes, com a própria vida.

Os jornalistas da antiga eram investigadores, saiam às ruas levando apenas o faro e caneta e papel. Sim, porque os gravadores só vieram bem mais tarde; celular, então... Era da sua apuração que saía a matéria; do seu potencial de observar, ouvir e enxergar o que os outros não percebiam.

Mostrar a cara não tinha problema para o jornalista da antiga. Como diz o dito popular ele "matava a cobra e mostrava o pau". Participava mais ativamente das discussões, não fica à margem, como hoje em dia. Por isso, era mais respeitado.

Mas a globalização mudou a forma de fazer jornalismo. Hoje, a velocidade da informação é assustadora. O que era novidade no jornal impresso, pela manhã, vira notícia velha na internet. Não há mais tempo viável para apurar os fatos. Tudo é pra ontem. As fontes sumiram, as assessorias surgiram com força total e as faculdades não param de descarregar profissionais do meio nas ruas.

Se por um lado o mundo hoje gera muito mais notícia, com seus inúmeros escândalos, guerras e afins, por outro, a imprensa também mudou, e pra pior. É fato, não dá mais pra negar! As grandes reportagens estão minguando. Hoje, se você sobe o morro para apurar uma notícia, é assassinado, como aconteceu ao jornalista Tim Lopes e a tantos outros menos famosos.

É uma pena, porque há tanto para se falar. O mundo não é só feito de guerras e escândalos. Há também cultura, lazer, arte, amor, ciência, história, etc... Assuntos que, na maioria das vezes, ficam condicionados às últimas páginas dos jornais.

Gostaria muito de ter vivido nos tempos áureos das grandes reportagens, dos grandes jornalistas. Como eu queria ter lido a Manchete, assistido a Tv Tupi, ou ouvido o Repórter Esso. Disso tudo, sei muito pouco, apenas o que contam os acervos ou as pessoas mais velhas.

Diante dessa triste constatação, vem uma pergunta que não cala: O que será de nós, jornalistas do século 21? Vamos sobreviver a tudo isso ou vamos sucumbir à comercialização da notícia? Alguém me diga, please...

A respeito desse tema, o jornalista Carlos Brickmann escreveu em seu blog no Observatório da Imprensa:

Onde estamos?

A notícia mereceu algum destaque, mais por ser estranha do que por qualquer outro motivo: "Menino de 12 anos é preso pela 11ª vez ao furtar carro". Saíram matérias bem completinhas: os pais explicam que não conseguem controlar o garoto, os vizinhos dizem que ele sempre aparece com carros na rua, o promotor da Vara de Infância e da Juventude assegura que a única saída é a internação. "Precisamos contê-lo. Ele vai continuar assim até alguém matá-lo." As onze prisões ocorreram num período de 18 meses – desde que ele tinha pouco mais de 10 anos.Aí as reportagens começam a ratear.

Não ocorreu perguntar ao promotor da Vara da Infância e da Juventude por que, se a saída é essa, não mandou internar o garoto. Ninguém foi entrevistar o delegado de plantão que, depois de receber o menino em seu distrito policial, devolveu-o na mesma noite à mãe, em vez de levá-lo ao CASA, órgão que substituiu a Febem, porque o Fórum já estava fechado. Ninguém, de nenhum meio de comunicação, foi perguntar às autoridades responsáveis pela infância e adolescência como é que se resolve o problema das internações, já que o Fórum fecha à noite e é à noite que ocorre a maior parte das infrações.

Será que aguardam o garoto ser morto e a questão se resolver sozinha
?


Ler e pensar

A opinião é de Gay Talese, um dos grandes jornalistas americanos (e autor do monumental O Reino e o Poder, uma história do The New York Times), numa bela entrevista a O Estado de S.Paulo: "Os jornalistas são hoje mais bem preparados que os de minha geração. Mas há o lado negativo. Há uma nova intimidade entre o mundo do governo, o mundo corporativo e o poder da imprensa. Acho que os jornais, principalmente o The New York Times, cobrem governo demais e não o país que não vive perto do governo".