segunda-feira, 25 de maio de 2009

Sua idade pode ser menor do que você pensa


Achei demais essa matéria publicada pela Época. Vale a pena dar uma conferida.

 

Sua idade pode ser menor do que você pensa

É possível diminuir sua idade com uma boa alimentação, exercícios e qualidade de vida. Faça o teste e descubra quantos anos você tem, de acordo com seus hábitos do dia a dia

Os avanços da medicina permitem aumentar a expectativa de vida das pessoas com tratamentos e remédio. Porém, mesmo vivendo mais, as pessoas têm medo de passar seus últimos anos com doenças degenerativas, como o Alzheimer. Por isso, mais importante do que viver mais tempo é viver com qualidade e naturalmente, o que garante alguns aniversários a mais. Essa é a ideia do jornalista Dave Bunnell e do médico cardiologista Frederic Vagnini, que uniram seus conhecimentos sobre nutrição e bem-estar e escreveram o livro Diminua sua idade (Editora Best Seller), lançado na semana passada no Brasil. 

O livro foi baseado num programa de saúde de mesmo nome, criado pela dupla, que visa a desacelerar e até a reverter o processo de envelhecimento. Para diminuir a idade, dizem os autores, é preciso dar atenção a quatro fatores: alimentação saudável, bom condicionamento físico, qualidade de vida e um bom acompanhamento médico (confira no final do texto um teste pelo qual é possível saber quantos anos a menos de sua idade biológica você tem, de acordo com os hábitos diários). 

“Durma, faça sexo e ria” é a primeira dica dos escritores. Segundo eles, metade das pessoas que mora em cidades industrializadas sofre de privação de sono crônica. E dormir melhora o humor, a capacidade cognitiva, de comunicação, a produtividade, o sistema cardiovascular e imunológico. O livro traz a informação do British Medical Journal de que os homens que têm orgasmos mais de duas vezes por semana têm 50% menos chance de morrer prematuramente do que aqueles que têm orgasmos menos de uma vez por mês. As mulheres, quando estão satisfeitas com a vida sexual, também vivem mais. 

Entre as dicas que Bunnell e Vagnini dão para uma alimentação saudável estão: adorar comer ao mesmo tempo em que se aprende a comer menos, “tornar o iogurte parte do seu mundo” e “fugir do açúcar como o diabo foge da cruz” – segundo eles, uma “droga viciante” que causa envelhecimento precoce e doenças como o diabetes. O iogurte natural tem uma posição privilegiada, diz Bunnell em entrevista à ÉPOCA, pois favorece um bom funcionamento da flora intestinal. “Eles também ajudam a aliviar a ansiedade, contribuem para a digestão e absorção de gorduras e carboidratos, previnem ou combatem infecções bacterianas, melhoram o sistema imunológico e têm até se mostrado eficazes em diminuir o número de gripes que você pega”, afirma. 

Segundo Bunnell, se você está cansado o tempo todo, não tem tempo para controlar seu peso ou simplesmente não se sente bem em relação a você mesmo, é hora de diminuir sua idade. A seguir, responda as questões do teste e descubra se você está seguindo uma rotina que lhe permite um corpo mais jovem. 

Clique aqui para fazer o teste na página da revista

(Fonte: Revista Época)


Testes mascaram ineficácia de antidepressivos


A revista Época desta semana faz um alerta sobre os testes realizados pelas industrias farmacêuticas com medicamentos antidepressivos. Eu acho válida a preocupação, se levarmos em consideração que hoje em dia tornou-se comum a prescrição desse tipo de remédio a qualquer pessoa, especialmente àquelas em dieta. Contudo, é preciso ter muito cautela antes de tomar o assunto como verdade absoluta. A depressão, assim como os demais transtornos psiquicos, é uma doença grave que precisa de tratamento. E, na maioria das vezes, isso é feito por meio do uso de medicamentos orais e terapia. 

Hoje, existe uma série de novos antidepressivos que causam bem mesmo efeitos colaterais e ajudam muito a reestabelecer a saúde e o bem-estar do paciente. Eu trabalhei por muitos anos na industria farmacêutica e posso garantir que muitas delas, principalmente as multinacionais, têm uma grande preocupação com a qualidade e os efeitos esperados das drogas que disponibilizam no mercado. Elas investem muito dinheiro em anos e anos de pesquisa antes de lançar um produto, seja um antidrepressivo ou seja outro medicamento qualquer. 


Veja a matéria:

Testes mascaram ineficácia de antidepressivos 

Estudo publicado no American Journal of Psychiatry mostra que a forma como as companhias farmacêuticas conduzem seus testes clínicos transmite uma expectativa otimista demais para o tratamento da depressão


Depois de uma década em que os antidepressivos ganharam enorme popularidade no mundo ocidental – chegando a registrar um aumento de venda de 42% entre 2003 e 2007 no Brasil e de 48% entre 1995 e 2002 nos Estados Unidos –, a eficácia desses remédios está sendo questionada por vários estudos em publicações médicas, segundo os quais boa parte dos benefícios advém do efeito placebo e alguns dos medicamentos mais famosos parecem funcionar apenas em graus leves de depressão. Em meio a esse quebra-cabeça de informações, uma pesquisa publicada em abril no American Journal of Psychiatry contribuiu com uma peça fundamental para esclarecer por que é crescente a impressão de que os antidepressivos não são tão eficazes: eles são testados em um grupo limitadíssimo de pacientes, que não representa uma fração significativa do mundo real. 

A eficácia dos antidepressivos prevista nas bulas é medida por testes clínicos realizados pelas empresas farmacêuticas e que servem como base para a criteriosa Food and Drug Administration (FDA), a vigilância sanitária dos EUA, aprovar sua venda. Os testes, segundo o estudo, são bastante restritos quanto à escolha dos pacientes e acabam excluindo pessoas com comorbidades, ou seja, que sofrem de duas doenças ao mesmo tempo. Não participa, por exemplo, quem tem depressão e problemas cardíacos, ou mesmo depressão combinada com outras doenças psiquiátricas, como distúrbios de ansiedade. Partindo do princípio de que os testes são pouco representativos, o novo estudo, realizado por 11 pesquisadores liderados por Stephen Wisniewski, da Universidade de Pittsburgh, mostrou que esse aspecto mascara a eficácia dos antidepressivos, ou a falta dela.

“O que nós fizemos foi prescrever o mesmo tratamento dos testes em uma população que sabíamos ser mais abrangente”, disse Wisniewski a ÉPOCA. “E os resultados mostraram grande diferença”, afirma. A base para o estudo foi o projeto STAR*D, sigla de Alternativas de Tratamento Sequenciado para Aliviar a Depressão, financiado pelo governo americano e que coletou dados de 41 instituições psiquiátricas entre 2001 e 2004. Entre os excluídos estavam apenas mulheres grávidas e pessoas com distúrbios convulsivos e outras doenças agudas. Após a avaliação do perfil dos pacientes do STAR*D, surgiu a primeira descoberta significativa – 77,8% deles não poderiam participar dos testes feitos pela indústria farmacêutica. 

Os pacientes, em seguida, foram divididos em dois grupos. O grupo de “não-eficácia” era formado pelas pessoas que teriam sido excluídas dos testes mais rígidos e o outro, da “eficácia”, tinha os 22,2% que passariam no filtro da indústria farmacêutica. Submetidos ao mesmo tratamento, com o Citalopram, um antidepressivo inibidor de recaptação de serotonina vendido no Brasil com os nomes comerciais de Cipramil, Procimax, Citta, Alcytam e Maxapran, os grupos tiveram resultados muito diferentes. O grupo de “eficácia” teve melhora em 51,6% dos casos, e o de “não-eficácia”, além de responder ao tratamento com mais demora, registrou melhoras em apenas 39,1% dos casos. Desta forma, dizem os pesquisadores no estudo, “a conclusão sugere que os testes atuais têm um resultado mais otimista do que é provável na prática e a duração do tratamento sugerida pode ser muito pequena”.

Assim, diante desses resultados, surge a questão: o que leva as indústrias farmacêuticas a fazerem testes tão restritos? Segundo Wisniewski, é o custo médico que testes mais abrangentes teriam. “Os resultados mostraram que o grupo de “não-eficácia” também teve uma taxa maior de efeitos colaterais graves”, afirma. “Se as empresas fizerem testes em grupos mais abrangentes, elas vão colocar um número maior de pessoas sob esse risco”, diz. “Um cenário possível, por exemplo, é um paciente entrar em um estado maníaco com a administração do medicamento." 

Assim, enquanto a indústria farmacêutica não cria uma nova geração de antidepressivos, ou ao menos um método para ampliar a base de suas pesquisas sem aumentar o risco de efeitos colaterais graves, resolver esse problema fica a cargo dos médicos que vão prescrever esse tipo de medicamento. “Eles devem saber em qual população o remédio foi testado para ganhar a aprovação da FDA antes de passar o tratamento”, diz. “É preciso verificar se o paciente pode ser incluído nesse universo e, aí sim, o médico apresentaria as probabilidades mais realistas de resultados e de tempo de tratamento para o paciente”, afirma.

(Fonte Revista Época)