quarta-feira, 2 de setembro de 2009

As sete maiores mentiras do currículo

De cada dez currículos que chegam às empresas, quatro têm informações distorcidas. E outros dois contêm mentiras deslavadas.

A conclusão é da empresa de investigações Kroll, que presta serviço de análise de currículos para companhias, depois de analisar os dados de candidatos a emprego de nível gerencial para cima. A maquiagem curricular não é exclusividade brasileira. Nos Estados Unidos, a taxa de invenções destinadas a impressionar contratantes é bem parecida, segundo análises independentes do site Career Building e da consultoria Accu-Screen, especializada em vasculhar referências de candidatos a emprego.

O problema deverá crescer com o acirramento da competição por empregos. Desde o início da crise econômica, no final do ano passado, o Brasil fechou 700 mil vagas de emprego formal. E muita gente que se sente ameaçada já está tratando de procurar alternativas. A Manpower, empresa especializada em recrutamento, registrou um aumento de 50% no número de currículos recebidos. Numa situação assim, cresce a pressão para se destacar dos concorrentes e, consequentemente, a tentação de mentir ou exagerar no currículo. Não vale a pena.

Especialistas afirmam que mentir para arrumar emprego é um equívoco, em tempos de crise ou não. “Mentir pode garantir mais entrevistas, mas não garante emprego. Na verdade ajuda a afugentá-lo”, afirma o colunista de ÉPOCA Max Gehringer. Uma mentira, por mais “inocente” que seja, deixa o candidato numa situação constrangedora e quase sempre acaba eliminando suas chances de obter o emprego. “Para um selecionador, se o candidato mente na porta de entrada, é bem provável que continue mentindo”, diz Lizete Araújo, vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH).

É raro uma lorota relevante se manter de pé depois de um escrutínio do entrevistador. Em geral, ele é um profissional treinado para explorar as contradições entre o que está no papel e a fala do candidato. “Diante da capacitação que o pessoal de RH está adquirindo, é ingenuidade achar que dá para levar uma mentira adiante em uma entrevista”, afirma Carlos Eduardo Dias, sócio da Asap, empresa especializada em profissionais em início de carreira. Nas entrevistas, cada tópico listado no currículo é destrinchado pelo selecionador. Uma hesitação maior ou uma pequena incoerência já são um alerta de que aquele ponto é duvidoso.

Após a entrevista, os aprovados ainda passam pela peneira da checagem das referências – uma tarefa cada vez mais minuciosa em departamentos de RH e consultorias. “Hoje em dia, os selecionadores já têm conhecimento técnico para avaliar candidatos de setores muito específicos”, afirma a consultora Juliana Marotta, da Manpower. Ela é responsável pela checagem de currículos de aspirantes a vagas no setor de tecnologia da informação.

Os principais “maquiadores de currículo” são os jovens em início de carreira. Carentes de experiência, eles tendem a engordar seus CVs copiando modelos prontos, que geralmente pecam pelo exagero. Entre os candidatos a cargos mais graduados, como o de gerentes ou diretores, o risco de mentir é muito alto, até porque as empresas costumam investir mais na checagem. “Uma contratação de alto executivo é um investimento estratégico e delicado, por isso os cuidados de segurança são altos”, afirma José Augusto Minarelli, que há 26 anos ajuda executivos demitidos a arranjar emprego. Isso não significa que não haja mentiras nos altos escalões. Em 2007, Marilee Jones, a reitora da mais renomada universidade de tecnologia dos Estados Unidos, o Massachusetts Institute of Technology, pediu demissão. Motivo: descobriram que ela havia listado três cursos de especialização que não cursara.

É óbvio que a peneira dos selecionadores não identifica todos os mentirosos. Porém, mesmo os que conseguem vaga têm de conviver com o risco de ser desmascarados a qualquer momento, com consequências sérias para sua imagem profissional. Sem contar o drama de consciência por ter mentido. A seguir, as sete mentiras mais comuns, mencionadas por uma dezena de recrutadores e consultores, e as técnicas para detectá-las.

1. Idiomas

É a mentira mais popular. Trata-se daquele inglês “básico” que no currículo se torna “avançado”. É também a mentira mais fácil de ser identificada. Ocorre principalmente em seleções de jovens profissionais que não esperam uma avaliação rigorosa de seu domínio de idioma estrangeiro. Um simples teste ou uma conversa com o recrutador são suficientes para desmascarar o monoglota.

2. Qualificação

Inventar uma especialização técnica ou transformar um curso rápido em pós-graduação também são manobras muito comuns – e fatais – nos processos de seleção. Além da questão moral, se a fraude é descoberta, leva à dúvida sobre todas as competências que o candidato afirma ter. Essas mentiras são normalmente descobertas na entrevista, quando o recrutador pede detalhes dos cursos realizados – nome dos professores, das disciplinas etc. Se o candidato conseguir manter a farsa, ele ainda pode ser desmascarado quando checadores ligam para a universidade para conferir as informações. Algumas empresas são mais diretas: exigem o certificado dos cursos.

3. Cargos e funções

Muitos candidatos mentem sobre cargos em empregos anteriores para demonstrar experiência ou pleitear salário mais alto. Assim, um estagiário pode virar assistente, um supervisor vira gerente, e por aí vai. São dados de checagem relativamente fácil quando a entrevista é bem feita: o candidato costuma escorregar nos detalhes sobre seu passado profissional.

4. Participação em projetos

Esse tipo de mentira, relacionada a conquistas e projetos implementados em empregos anteriores, exige um esforço maior do recrutador. Por causa do passar do tempo e da rotatividade das empresas, muitas vezes é difícil entrar em contato com antigos colegas do projeto mencionado. Segundo Max Gehringer, esse problema começou a surgir nos anos 1980, quando passaram a circular currículos em primeira pessoa. “O currículo com as palavras ‘liderei’ ou ‘coordenei’ é complicado porque são ações difíceis de ser mensuradas e com resultados muitas vezes subjetivos”, diz Max. A estratégia dos recrutadores para detectar as invencionices é levar a entrevista a um nível de detalhe extremo, para capturar contradições.

5. Motivo de desligamento

Se percebida, a mentira sobre os motivos da saída de empregos anteriores desperta a impressão de que o candidato quer esconder algo. Demissões nunca são bem vistas. Mas hoje, com a rotatividade tão alta, deixaram de ser um estigma. Mesmo assim, devem ser explicadas. Se o desligamento foi espinhoso, o melhor é demonstrar maturidade, assumir eventuais maus passos e mostrar que o episódio serviu de lição. Jogar a culpa no ex-chefe é tentador, mas o efeito é quase o mesmo de um pedido para desistir do processo de seleção.

6. Datas de entrada e saída de empregos

Esticar em alguns meses a permanência no emprego anterior pode ser até aceito pelo selecionador, para quem tem vergonha de dizer que estava desempregado. “Mas a manipulação de datas é intolerável quando ela tenta esconder um padrão de permanências curtas nos empregos”, afirma Vander Giovani, da Kroll. Uma ou duas passagens curtas podem ser devidas a dificuldades de adaptação, diz Giovani. Mais que isso é sinal de instabilidade e falta de habilidades sociais. “Há aqueles que nem sequer colocam experiências curtas para não destacar essa instabilidade”, afirma Carlos Eduardo Dias, da Asap. “Essa omissão é imperdoável.” E facilmente constatada por checadores, ao ligar para empresas ou observar a carteira de trabalho.

7. Endereço

Muitos candidatos mentem em relação ao local de moradia por três motivos: imaginam que morar perto pode facilitar a contratação; acreditam que morar em um bairro mais pobre prejudique suas chances; ou tentam obter uma verba maior de vale-transporte. Nos dois primeiros casos, é uma mentira menos ofensiva, mas também não vale a pena. Quando for descoberta – pela checagem do comprovante de residência ou pela visita de um colega –, ela vai despertar desconfiança do empregador.


Cinco alternativas à mentira

Há maneiras bem mais eficientes de aumentar suas chances de se empregar, diz Max Gehringer.

1. Uma carta de apresentação é mais importante que um currículo. Escreva uma específica para cada empresa, dizendo por que você deseja trabalhar nela. Em sua argumentação, mostre que estudou a estrutura da companhia, seu produto e modelo de negócio. É a melhor maneira de compensar um currículo sem muitos atrativos.

2. Não mande currículos iguais. A hierarquia das informações varia de acordo com cada empresa. Para uma multinacional, inglês é de extrema importância. Em uma empresa de médio porte, vai no fim.

3. Indicações de colegas são mais eficientes que currículos. Melhor que enviar currículo a 50 empresas é entregar um nas mãos de alguém que trabalhe na empresa.

4. Coloque uma foto no currículo, mas não uma 3x4 sisuda. Um leve sorriso causa boa impressão.

5. Liste os trabalhos que já fez, mesmo que não sejam relacionados à área. O “trabalhei como balconista para pagar os estudos” encanta os recrutadores pela dedicação e determinação. (Fonte Época)


Ele não consegue parar de correr

Os médicos dizem que, para ser saudável, é preciso seguir uma dieta equilibrada e fazer exercícios regularmente, sem exageros para não se machucar. Atletas de ponta não são os melhores exemplos de saúde, já que costumeiramente extrapolam seus limites e estouram um joelho aqui, quebram uma clavícula ali. O ultramaratonista americano Dean Karnazes, um dos atletas mais impressionantes da atualidade, não liga para o que dizem os médicos. E tem uma saúde de ferro.

Entre as proezas – ou maluquices – do superatleta está uma sequência de 50 maratonas (42 quilômetros cada uma) que ele correu em 50 dias consecutivos, em 50 cidades dos Estados Unidos. Maratonistas precisam de alguns dias para se recuperar de uma prova antes de voltar aos treinos. Karnazes não apenas desrespeitou o período de descanso. Ele dormiu as 50 noites em poltronas de ônibus nas viagens entre uma cidade e outra. “Não era o ideal, mas não havia outra escolha”, diz. Karnazes foi o primeiro homem a correr uma maratona no Polo Sul, a 40 graus negativos.

No dia 12 de setembro, o corredor vem ao Brasil para o Desafio Dean Karnazes 24 horas, uma corrida de um dia inteiro que ele vai fazer com atletas brasileiros e convidados por ruas e parques de quase meia cidade de São Paulo. O percurso, de 130 quilômetros, quase não é um desafio perto das provas que ele já venceu. Por exemplo, a Ultramaratona de Badwater, de 217 quilômetros, a uma temperatura de 50 graus. Ou os 563 quilômetros que ele correu durante três dias e três noites, sem descanso. O senso comum diria que Karnazes é um ser humano anormal. Ele diz que apenas faz o que mais gosta de fazer: correr até o corpo dizer “chega”.

Karnazes completou 46 anos no dia 23 de agosto. Seus joelhos, segundo ele próprio, continuam tão intactos quanto os de um adolescente. Ele tem apenas 3% de gordura corporal (atletas de elite costumam ter entre 6% e 8%), e os exames mostram um nível de colesterol abaixo de 100 (menos de 200 já é considerado ótimo). Para ele, continuar inteiro depois de tanto sacrifício só aumenta a vontade de duvidar que já tenha ido longe demais.

A rotina de Karnazes, por si só, choca. Ele dorme cerca de quatro horas por noite, s para suas atividades caberem no dia. Acorda de madrugada, entre 3h30 e 4 horas, e corre uma maratona por ruas e estradas que partem de São Francisco, na Califórnia, onde mora. Volta para casa pouco depois do nascer do sol e prepara o café da manhã para a mulher e os dois filhos, os “Karno kids”. Para ele, uma tigela bem grande de iogurte integral com granola resolve. No fim da tarde, Karnazes faz mais uma corridinha de 10 quilômetros e termina o dia planejando a pernada do dia seguinte.

Haja energia para tanta corrida. Uma pessoa normal deve comer entre 2.000 e 2.500 calorias por dia para suprir suas necessidades diárias e não engordar. O nadador olímpico Michael Phelps precisa de 12.000 calorias para sustentar sua rotina de treinos. Karnazes come apenas alimentos orgânicos e integrais no dia a dia. Mas, durante suas corridas de longuíssima duração, ataca pizzas, cheesecakes, confeitos de chocolate e qualquer outro tipo de alimento hipercalórico para abastecer a fornalha em que seu organismo se transforma. Numa prova de 46 horas, ele ingeriu 28.000 calorias. É o que uma pessoa normal consome em duas semanas de refeições balanceadas.

Karnazes se diz introvertido. Nada que o impeça de partilhar suas experiências em palestras e livros. Seu segundo livro, 50 maratonas em 50 dias (Editora Leblon), está saindo agora em português. Ele diz que prefere os momentos em que fica sozinho: quando escreve e (claro) quando corre. “Adoro escrever, pelo mesmo motivo pelo qual gosto de correr. Ambos requerem foco, comprometimento, dedicação e sacrifício.” (Fonte Revista Época)


Ainda bem que eu não trabalho mais lá

A Pfizer, maior fabricante de medicamentos do mundo, vai pagar uma multa recorde de US$ 2,3 bilhões (R$ 4,3 bi), informou nesta quarta-feira (2) o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. A empresa foi condenada em uma ação civil e penal por promover a prescrição ilegal de remédios.

Segundo informações do governo americano, a empresa indicava quatro drogas para tratamento de condições médicas em que o uso dessas substâncias não havia sido aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador dos medicamentos dos EUA. O uso de remédios para outros sintomas além daqueles especificados não é raro, mas empresas são proibidas de fazer propaganda de qualquer prática não aprovada pelo FDA.

O valor inclui uma multa penal de US$ 1,2 bilhões (R$ 2,3), a maior multa penal da história do país. "Combater a fraude na saúde é uma das principais prioridades dessa administração", afirmou Thomas Perelli, do Departamento de Justiça. O valor total da multa é a maior quantia já paga por uma empresa farmacêutica por violar leis federais nos EUA.


Cães foram domesticados na China há 16 mil anos


Estudo publicado esta semana no periódico científico Molecular Biology and Evolution afirma ter descoberto o local e o tempo exatos em que os cachorros foram incorporados à sociedade humana. Sabia-se, antes, que a domesticação dos cães ocorrera no leste da Ásia, mas nunca um lugar preciso havia sido apontado.

Segundo os pesquisadores, os cachorros apareceram há menos de 16 mil anos, ao sul do rio Yangtze, na China. Os resultados da pesquisa também afirmam que, embora tenham uma origem geográfica única, os cães descendem de um "grande número de animais - pelo menos algumas centenas de lobos domesticados".

Liderados pelos cientistas Peter Savolainen, do Instituto Real de Tecnologia (KTH), na Suécia, e Ya-Ping Zhang, da Academia de Chinesa de Ciências, os pesquisadores também afirmam que essas descobertas estão em conformidade com o tempo em que os grupos humanos deixaram de ser caçadores e se tornaram coletores e agricultores, entre 10 e 12 mil anos atrás.

O estudo também sugere que a quantidade de lobos que deram origem aos cães modernos mostra que a domesticação desses animais era uma parte importante da cultura humana na época, e não apenas um fato isolado - mas não eram ainda os melhores amigos do homem. "Os primeiros cachorros, ao contrário dos seus descendentes, depois na Europa, que foram usados como pastores e cães de guarda, provavelmente terminaram suas vidas nos estômagos dos seres humanos", afirmam.


Cão Monstro

OBS: Essa notícia é interessante, mas esqueceram de dizer que alguns cachorros não foram totalmente domesticados. É o caso, por exemplo, do "cão monstro" que habita minha casa. Também conhecido como Nick, a criatura ataca e morde qualquer um que chega perto. E nem precisa ser gente estranha. O único ser vivo que escapa da fúria assassina do monstrinho é o seu papis, o Douglas - latino para os íntimos.


A fera tirando um cochilo. Vai mexer com ele nessa hora...

Você é um Dependente Afetivo?


Ainda falando sobre dependência afetiva, encontrei um texto bem interessante, da psicóloga Sirley Bittú. Segundo ela, há pessoas que se arrepiam só com a possibilidade de ficar dependente de alguém ou alguma coisa, passam a vida lutando contra isso, e algumas vezes tornam-se onipotentes, distantes e sós. E há pessoas que tremem apenas com a ideia de dependerem principalmente de si mesmo; confundem individualidade com solidão, abandono e rejeição. São as duas faces da mesma moeda, os primeiros temem se envolver e perder a individualidade e o outro extremo teme tê-la. Na verdade, ambos acreditam que a autonomia e a capacidade de cuidar de si, tomar as próprias decisões, fazer escolhas, está fora de seu controle, ou melhor, fora de si.

A DEPENDÊNCIA AFETIVA é um estado de imaturidade que faz parte do processo natural de desenvolvimento humano, ou seja, nascemos totalmente dependentes, tanto física como afetivamente. Com nossas vivências e experiências vamos evoluindo de forma gradativa buscando nossa independência emocional.

Algumas vezes temos clareza de nossas dificuldades, então nos restam, pelo menos, duas saídas: enfrentá-las e superá-las ou, como costumo dizer, dar a volta no quarteirão. Mas nem sempre a dependência afetiva é consciente.

Uma pessoa é dependente afetivamente quando sua autonomia está prejudicada, ela precisa de algo ou alguém para sentir-se segura e tranquila, nas mais diferentes decisões em sua vida, desde as mais simples como decidir que roupa vai usar, por exemplo, ou até as mais difíceis, como que profissão escolher... se muda de emprego ou não... se continua namorando ou não, se casa ou não... enfim, inúmeras situações onde está implícita uma escolha.

Você que está lendo, deve estar se perguntando: ...mas todos nós não gostamos de uma opiniãozinha às vezes? Sim, é verdade, pedir a opinião de alguém sobre algo não o torna dependente afetivo. A diferença está quando você depende realmente dessa opinião e não consegue seguir o seu desejo se ele não for aprovado, se não houver o aval de alguém.

O objeto de dependência entra na vida da pessoa como uma muleta, ocupa um espaço vazio. A dependência pode ser de uma pessoa específica, uma droga, uma atitude de carinho, uma palavra amiga, ou mesmo de alguém que lhe possa ouvir ou dizer o que se deve fazer.

Na verdade, essas pessoas ou objetos têm uma única função para o dependente afetivo: dar a sensação de segurança que ele precisa para suportar problemas, tensões e dificuldades pessoais e/ou sociais. A questão é que a segurança não está nas relações que fazemos, não é algo que vem de fora, mas sim algo que existe ou não dentro de nós. Nossa segurança e autoestima são os reguladores de nossa maturidade emocional.

Jacob Levy Moreno, quando criou o Psicodrama, partia do princípio que o ser humano é um ser social, influencia e é influenciado todo o tempo. No Psicodrama dizemos que toda a saúde e doença emocional nasce nas relações, ou seja, são aprendidas durante o desenvolvimento através dos modelos que recebemos, primeiramente por nossa família de origem e secundariamente através das demais relações que vivenciamos durante a vida.

Nos primeiros anos de vida necessitamos da confirmação de nossas atitudes, da certeza de que nosso comportamento está sendo aceito pelas pessoas que amamos. Com o nosso desenvolvimento emocional, passamos a desejar e não mais necessitar dessa aprovação. Aprendemos a nos relacionar com o mundo pelas regras que recebemos em nossa família. A criança é espontânea e criativa por natureza, ninguém nasce culpado em ser espontâneo. A dependência afetiva muitas vezes nasce e é sustentada por problemas no relacionamento familiar, pelos conflitos pessoais, pela sensação de rejeição e de não ser aceito.

Certa vez recebi em meu consultório uma jovem de 22 anos, vou chama-la aqui de Joana. Joana veio para a psicoterapia porque tinha muitas dificuldades afetivas, era brilhante aluna, fazia faculdade e tinha ótimas notas, mas tinha dificuldade de arrumar namorado, era introvertida, sentia-se feia e sem graça. Joana tinha uma grande amiga de quem falava muito. Estava sempre contando como sua amiga se saía bem com os rapazes e tinha várias paqueras, mas em compensação tinha péssimas notas, dependia de suas colas para passar de semestre. Durante o processo terapêutico, Joana percebeu que cada uma desempenhava um papel na relação, ou seja, uma cuidava dos estudos e a outra arrumava amigos e namorados, funcionavam como se fossem uma única pessoa.

Apesar de nunca ter percebido até então esse trato, era difícil vencé-lo, mesmo porque Joana não acreditava que pudesse ser alguém interessante, ou mesmo algum dia se sentir bonita. Nesse exemplo, Joana tinha dois caminhos possíveis: o primeiro era continuar nessa relação de dependência, onde uma supostamente supria a necessidade da outra, ou escolher o segundo caminho, o mais trabalhoso e também o mais saudável: perceber e enfrentar seus limites e suas próprias dificuldades, para poder superá-los.

Na verdade, ninguém é dependente sozinho. DEPENDÊNCIA AFETIVA é uma via de mão dupla, se uma criança é dependente afetivamente, a mãe com certeza também o é, pois, neste caso, a mãe é quem a estimula e acredita em seu potencial ajudando-a a ter a certeza que conseguirá superar suas dificuldades. Dessa relação nascem a autoestima e a sensação de segurança pessoal. Todo o ser humano nasce com uma capacidade de cuidar de si, um potencial que precisa ser estimulado e se não recebe este estímulo torna-se dependente. Na prática, acabam por não confiarem em si mesmos e em seu valor pessoal, deixam de oferecer o seu melhor na vida, no trabalho e em seus relacionamentos.

Para pais e/ou educadores: exercitem o respeito às características genuínas de cada criança, respeitando sua natureza espontânea e sua criatividade. É importante aprender que dar limite é prova de amor e é diferente de reprovação. Dar parâmetros é dar condição para a criança desenvolver responsabilidade e aprender a superar as frustrações.

Não podemos perder de vista o humano que existe em nós, somos criatura e criadores capazes e, genuinamente, imperfeitos.


Sobre a autora

Sirley Bittú é Psicóloga Especialista Clínica pelo Conselho Federal de Psicologia
Psicodramatista Didata Supervisora
Terapeuta em EMDR pelo EMDR Institute/EUA
Consultório (11) 5083-9533
Email: sirley.regina@terra.com.br

Dependência afetiva - O amor como droga

O amor pode se transformar em doença. O fatalismo da frase pode parecer bobagem para você que vive uma relação saudável.

Mas para muita gente, o sentimento bom vira fonte de sofrimento, prejudica a autoestima e pode levar do céu ao inferno rapidinho. Isso acontece quando o amor vira co-dependência.

Quem vive dessa maneira não encontra segurança e proteção - a não ser ao lado do amado -, vê a relação se transformar em problema e o companheirismo e a intimidade desaparecerem. Aí, a imaturidade emocional dá as caras e o amor ganha status de droga. Pesada.

"Tudo aquilo que proporciona sensação de bem-estar e prazer pode viciar. Assim acontece com a droga. E pode acontecer com o amor, principalmente quando este se apresenta em excesso. A base da co-dependência é o apego, popularmente conhecido como amor excessivo", explica o terapeuta de casais e famílias Paulo G. P. Tessarioli.

Segundo ele, uma das formas mais simples de identificar esse sentimento doente é perceber o que ele proporciona. Se perguntar, por exemplo, se existe confusão, sofrimento ou medo pode ajudar. "As características básicas da dependência afetiva são imaturidade emocional, baixa tolerância ao sofrimento, à frustração e a ilusão de permanência", relata. Esses dependentes manipulam, controlam, se vitimizam, chantageiam, são prestativos e depois cobram caro por isto. "Sufocam e limitam o raio social do parceiro, vivem a vida do outro".

Paulo explica que o efeito mais nocivo dessa co-dependência é a ‘despessoalização’, ou seja, a perda da própria identidade. "Outros efeitos são de ordem emocional e perturbam o funcionamento do corpo, por exemplo, com crises de ansiedade (síndrome do pânico), altos e baixos do humor (depressão e euforia), e autoestima prejudicada".

A mulher é considerada mais sensível à co-dependência do que o homem, mas a razão é cultural e histórica. "A ideologia do amor romântico as sensibilizou de uma forma muito mais intensa. Embora existam homens co-dependentes, boa parte das mulheres ainda vive como coadjuvantes de seus companheiros", afirma.

A dependência afetiva, assim como a química, não tem cura. Mas o tratamento é sempre bem vindo e consiste em desenvolver o amor próprio, o autocontrole e a abstinência de relacionamentos doentios. Mas diferentemente da dependência química, em que é óbvia a orientação de parar e se afastar da droga, na dependência de afeto não dá para deixar de se relacionar com pessoas e se afastar delas. "Por esta razão, a base do tratamento consiste em psicoterapia, biblioterapia e grupo de auto-ajuda. Nos casos mais difíceis, em que há co-morbidades é recomendado o acompanhamento psiquiátrico", sugere Paulo.

No meio de tudo isso, é bom lembrar que o ser humano nasceu sozinho, mas não para viver na solidão. E nem toda necessidade de companhia é co-dependência. "É sempre muito bom estar entre pessoas que nos fazem e querem bem. Isto não é co-dependência. Mas apegar-se a alguém para evitar a solidão ou a dor da perda é se distanciar de si mesmo e, muitas vezes, perder-se e se isolar de tudo e todos". Não caia nessa.


Mulheres, sempre competitivas

A história acontece nos contos de fada - e se repete na vida real. Cinderela sofreu com a inveja da madrasta - e das filhas da madrasta - numa competição feroz pelo posto de mais bonita da casa e, claro, de escolhida do príncipe.

A história dessas personagens se repete todos os dias, no universo feminino. Umas competem pela atenção, outras pelo emprego e várias pelo mesmo homem.

O psicanalista Bruno Bettelheim, que faz estudos com base em contos de fada, diz que existe mesmo uma tendência à competição no relacionamento entre as mulheres. Segundo ele, por exemplo, a tendência aparece desde cedo entre mãe e filha, quando competem pela atenção do homem e pai, ou pela vantagem que a mãe tem sobre a filha por ser adulta e a filha sobre a mãe, por ser jovem.

E depois, a coisa só "piora". Ou vai dizer que nunca ouviu a máxima ‘as mulheres se arrumam para as mulheres’? Conforme afirma a psicóloga Mônica Soutello, diretora da Clínica Miosótis, esse comportamento tem até nome científico. "Isso se chama ‘homorrivalidade’, ou seja, a concorrência e a competição entre pessoas do mesmo sexo", explica. Entre as mulheres, a comparação é sustentada principalmente pela estética e pela vaidade. No mundo deles, isso também ocorre, mas mais voltado às questões de poder, dinheiro e sexo.

Tudo bem, a gente admite, quer ser mesmo o centro das atenções. Mas é preciso lembrar que as características, assim como a personalidade e o desejo de ser mesmo a melhor é diferente, de mulher para mulher. "Algumas buscam afeição e outras, proteção ou poder. Existe uma infinidade de buscas que fazem com que os comportamentos nesta busca também sejam variáveis. De qualquer forma, é certo que farão o que puderem para chamar atenção", diz. Entre as armas na guerra pelo melhor lugar ao sol, vale tudo: um pouco beleza, uma pitada de dinheiro e uma boa dose de inteligência.

Mas com a ‘nova’ mulher no pedaço - mais madura, mais atuante, mais profissional - a competição muda um pouco seu formato. Mais independente e segura de suas conquistas, a mulher moderna sabe o que é necessário para atingir seus objetivos. "A maneira como lida com a competição aparentemente se torna mais tranquila, pois ela tem noção do que pode e de onde quer chegar". E ela quer chegar longe!


8 erros que destroem um make

1 - Abusar do corretivo

O exagero do produto pode acentuar os detalhes que você deseja esconder. O ideal é usar corretivo apenas nas pálpebras inferiores ou em detalhes como espinhas. Ele deve ser aplicado com as pontas dos dedos em leves toques que espalham o produto . Mas, em vez de esfregar, dê batidinhas na pele, diminuindo a quantidade usada.

2 - Escolher o tom errado da base

O tom errado de base faz com que você precisa usar muito mais maquiagem (isso porque a cor do rosto acaba ficando muito diferente do pescoço e do colo). O ideal é escolher uma base leve (experimente no pulso) e espalhar com cuidado. No caso das bases, prefira fabricantes nacionais: as cores são feitas exatamente para as mulheres brasileiras.

3 - Pó em excesso

Quando mal usado, o pó evidencia os sinais de expressão, envelhecendo o rosto. A região dos olhos e da boca é a mais prejudicada, principalmente se você já apresenta rugas nestas áreas. O pó deve ser usado apenas como complemento da base, para dar um aspecto mais aveludado à pele e para neutralizar o efeito brilhoso da base e/ ou da camada natural de gordura da pele.

4 - Blush exagerado ou aplicado de maneira incorreta

O blush serve para proporcionar um visual mais saudável. Mas, aplicado em excesso, deixa você com cara de palhaça. As bochechas ficam salientes demais (um problema se você tem o rosto arredondado), destoando demais do restante dos traços. O blush deve ser aplicado das têmporas em direção ao centro do rosto, na diagonal, e sempre removendo o excesso do pincel antes de aplicar sobre o rosto.

5 - Pintar a sobrancelha com lápis muito escuro

O lápis deve ser da mesma cor da sobrancelha. Para a aplicação, faça movimentos leves com a ponta, como se estivesse esfumaçando a sobrancelha. Para aquelas que acham a técnica complicada, um pouco de sombra, no tom do pelos, pode ser uma opção.

6 - Misturar muitas cores de sombra

O excesso de cores pode tirar a sofisticação do visual, que fica mais infantil. A maquiagem mais divertida está em alta e, mesmo durante o dia, pode ser usada. Mas nunca abuse dos contrastes, a não ser que você tenha segurança absoluta na técnica usada. O ideal é variar, formando um degradê: marrom e dourado; rosa e lilás; chumbo e cinza formam pares que funcionam.

7 - Marcar demais o contorno da boca

Deixar os traços marcados, além de tirar a sutileza da maquiagem, está fora de moda. O ideal é que o contorno do lápis passe despercebido, não importa se você está usando para aumentar ou diminuir a boca. Faça um contorno bem delicado e fino, que vai desaparecer na hora em que você passar o batom (o efeito fica mais bonito se você usar um pincel em vez do bastão direto.

8 - Deixar falhas com o delineador

O delineador só vale para quem tem pleno domínio da maquiagem (ou ele é capaz de destruir todo o resto, por mais impecável que seja o efeito). Uma boa dica para passar delineador sem borrar ou tremer é apoiar a mão no osso do queixo para fazer o traço. Mas se, mesmo assim, achar difícil dê preferência ao uso de um lápis preto bem rente à base dos cílios. E faça o traço antes de aplicar o rímel. (Fonte Vila Batom)

Franja de lado: tendência para o verão 2010

Está querendo mudar o visual, mas não sabe no que apostar? Então saiba que para as próximas estações a tendência é a franja.

Mas não aquela que cobre toda a testa como no verão passado. Desta vez, de acordo com o Hair Stylist Edu Levy, do salão Saluvyte de São Paulo, estarão em alta as franjas de lado.

Edu explica que além de serem usadas de lado elas devem ser desestruturadas com um ar bem leve. "Sem o compromisso de ser muito certinha."

Apesar de ser uma aposta certa para o verão é necessário prestar atenção na hora de optar pelo look, nem todas as mulheres ficam bem com esse tipo de franja. "Quem deve evitar são as pessoas que tem o rosto redondo ou a testa muito curta."

Para o resto do cabelo, Edu dá a dica. "As tendências para o resto do cabelo são: volume, cacheado e ondulados naturais. Os comprimentos usados serão os longos românticos e curtos muito charmosos. Já os médios perdem espaço." (Fonte Vila Batom)

Pensamento do dia...


Quando tudo for pedra, atire a primeira flor;

Quando tudo parecer caminhar errado, seja você a tentar o primeiro passo certo;

Se tudo parecer escuro, se nada puder ser visto, acenda você a primeira luz, traga para a treva, você primeiro, a pequena lâmpada;

Quando todos estiverem chorando, tente você o primeiro sorriso;

Talvez não na forma de lábios sorridentes, mas na de um coração que compreenda, de braços que confortem;

Se a vida inteira for um imenso não, não pare você na busca do primeiro sim, ao qual tudo de positivo deverá seguir-se;

Quando ninguém souber coisa alguma, e você souber um pouquinho, seja o primeiro a ensinar, começando por aprender você mesmo, corrigindo-se a si mesmo;

Quando alguém estiver angustiado à procura, consulte bem o que se passa, talvez seja em busca de você mesmo que este seu irmão esteja;

Daí, portanto, você deve ser o primeiro a aparecer, o primeiro a mostrar-se, primeiro que pode ser o único e, mais sério ainda, talvez o último;

Quando a terra estiver seca, que sua mão seja a primeira a regá-la;

Não atire a primeira pedra em quem erra.

De acusadores o mundo está cheio;

Nem, por outro lado, aplauda o erro; dentro em pouco, a ovação será ensurdecedora.

Ofereça sua mão primeiro para levantar quem caiu; sua atenção primeiro para aquele que foi esquecido;

Seja você o primeiro para aquele que não tem ninguém.

Quando tudo for espinho, atire a primeira flor;

Seja o primeiro a mostrar que há caminho de volta, compreendendo que o perdão regenera, que a compreensão edifica, que o auxílio possibilita, que o entendimento reconstrói.

Atire você, quando tudo for pedra, a primeira e decisiva flor.