quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Machismo é prejudicial à saúde

Manter a pose e cultivar os estereótipos do “machão” é um dos motivos que fazem com que os homens morram mais cedo do que as mulheres.

Os antigos ideais de masculinidade fazem com que grande parte dos homens não procure o médico nem adote programas de prevenção, que são fundamentais para o controle e a diminuição de doenças crônicas, como as cardiovasculares, a maior causa de morte nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, e o câncer.

Novas descobertas, baseadas em dados estatísticos, apontam para essa relação entre o estereótipo machista, a falta de cuidados preventivos com a saúde e a menor expectativa de vida da população masculina. Nos Estados Unidos, por exemplo, mulheres vivem, em média, até os 80 anos, enquanto os homens têm, em média, uma previsão de viver até os 75 anos.

Um novo estudo, realizado na Universidade Rutgers, em Nova Jersey, examinou dados de 1.000 homens de meia-idade. Os pesquisadores avaliaram os ideais de masculinidade desses homens, suas condições sócio-econômicas e a aderência dos participantes aos programas básicos de saúde preventiva, como consulta médica anual e exame de próstata.

Para identificar o “nível de machismo” dos participantes, os pesquisadores usaram uma lista de afirmações do tipo “O marido tem sempre a palavra final” ou “Fico muito incomodado quando vejo um homem fazendo algo que considero feminino”. Os participantes tiveram que avaliar cada afirmação em uma escala que ia do “concordo plenamente” ao “discordo totalmente”.

Entre os homens que concordavam plenamente com as afirmações que representavam o “ideal do macho”, 26% não haviam feito consulta e check-up médico no ano anterior. Quase 30% deles não tinham feito exame de próstata e quase 50% não havia realizado todos os procedimentos básicos (consultas, exames, check-up, vacinação).

“Nossa pesquisa sugere que crenças arraigadas sobre a masculinidade são a causa central para a pior condição de saúde dos homens, na medida em que elas reduzem a sua aderência aos cuidados preventivos recomendados”, diz Kristen Springer, um dos autores do estudo.

A pesquisa também mostrou que, entre os homens com crenças de masculinidade muito arraigadas, a melhor condição sócio-econômica só piora o quadro em relação aos cuidados com a saúde. Segundo os pesquisadores, quanto maior a posição social e profissional do homem com ideais machistas, menores as chances de ele procurar serviços preventivos de saúde.

As razões para o machão não adotar cuidados preventivos com a saúde são muitas. Entre as hipóteses levantadas pelos pesquisadores, está o fato de o homem não querer se colocar em uma posição de subordinação como, acreditam, é a do paciente em relação ao médico.

(Fonte Terra)


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