segunda-feira, 6 de julho de 2009

A importância do sexo


Uma pesquisa recente feita pela USP com 8.200 pessoas em dez capitais do País apontou um dado que surpreendeu os brasileiros: Para as mulheres, sexo é a OITAVA prioridade na vida, enquanto que, para o homem , é a terceira.

Quanto ao resultado masculino, nenhuma surpresa. Mas o resultado feminino, que aponta o sexo (entre as dez prioridades apresentadas) em oitavo lugar, perdendo apenas para “prática de exercícios regulares” e “férias regulares”, foi, podendo-se dizer assim, “alarmante” para todo o universo masculino.

Esta colocação mostra algo mais profundo que a pergunta em si. Mostra que as mulheres EM SUA MAIORIA estão insatisfeitas com o tipo de sexo que tem. Com a frequência que tem. Com a forma que tem. E com sutileza, mas de forma incontestável, as estatísticas mostram isso.

A mulher mudou. As exigências sobre ela mudaram, e em consequência, sua mentalidade também mudou. E seus padrões de exigência também. Não basta mais o “sexo para procriar”. Aliás, isso já não nos basta há muito tempo. A mulher moderna quer carinho, quer atenção e cumplicidade, mas também quer prazer sexual. Também quer ter seu momento de gozo, como o homem se vangloria em ter. O número de mulheres que fingem orgasmo é proporcionalmente inverso ao número de mulheres que traem. Se cada vez menos mulheres fingem para agradar ao parceiro, e cada vez mais mulheres traem seus parceiros procurando prazer em outros, isso é um avanço em qualidade de vida, mas não das relações. Estes dados são jogados em nossos computadores, rádios, televisões e jornais todos os dias em todos os lugares do País! Se todo mundo gosta de sexo, por que, afinal, a brasileira não o tem como prioridade?

Porque o homem brasileiro tentou, mas não mudou. Os números da pesquisa não me deixam mentir. Ele elegeu o sexo como 3ª prioridade, mas não mudou sua mentalidade, sendo assim, mudou pouco o seu comportamento. Criou-se um “verniz” de homem moderno para uma “estrutura ultrapassada”. Carcaça nova em carro velho. Se, por um lado, homens e mulheres concordam em que “a maior preocupação no sexo é dar prazer ao parceiro”, as motivações para que isso ocorra são completamente diferentes, e no caso masculino, acontece principalmente por “medo da má fama pelo desempenho sexual”. Desejos novos, com vícios antiquados.

Que estímulo a mulher tem ao olhar para seu homem e vê-lo refestelado sobre a cama ou sofá durante um dia inteiro de domingo? Ao imaginar um jantar romântico...e ser levada a um boteco da moda? Ao querer ir ao boteco da moda, e ter que ver um filme de guerra? Que desejo feminino pode aumentar se, com a estabilidade da relação, seu parceiro resolve achar que “aquela barriguinha de chopp” não precisa mais ser cuidada? Que “volúpia saudável” a mulher pode ter se o sexo é feito sempre da mesma forma, tornando-se, em muitos casos, “mecânico”?

Poxa homens, hão de convir que não há condições!

Muitas evoluções masculinas ocorreram desde a década de 60, quando a discussão sobre o orgasmo feminino começou. O homem aprendeu a dar valor à estrutura familiar, a considerar a mulher como alguém que tem capacidade profissional, a valorizar a cultura como forma de expressão, entre outros grandes progressos.

Mas que fique este alerta: NÃO, VOCÊS NÃO SÃO TÃO BONS DE CAMA QUANTO ACHAM QUE SÃO. Não sou “eu, pessoalmente” que estou dizendo, mas uma parcela representativa das mulheres brasileiras. Mostrem-nos seu valor, que em contrapartida, numa próxima pesquisa, poderemos mostrar nosso reconhecimento.

Mas, por enquanto, o “filme” de vocês está bem “queimado”.

Escrito por Luciana Becharat


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