quarta-feira, 3 de junho de 2009

ONU classifica o Brasil como lider mundial em energias limpas


Em meio a tantos desastres e calamidades, uma notícia boa nesta tarde gelada de quarta-feira: o Brasil é líder mundial em energias limpas. 

Um relatório sobre investimentos em energias limpas, divulgado hoje (03/06) pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), qualifica o Brasil como "o maior mercado mundial de energias renováveis". 

O relatório "Tendências Globais de Investimentos em Energia Sustentável" afirma que pela primeira vez na história os investimentos em energias limpas superaram em 2008 os feitos em fontes de combustíveis fósseis e chegaram a US$ 155 bilhões. 

A seção dedicada à América Latina assinala que o Brasil é "o maior mercado mundial de energias renováveis". Cerca de 46% da energia que o País consome procede de fontes renováveis e 85% de sua capacidade de geração é energia hidrelétrica e bioetanol, lembra o Pnuma. 

Além disso, cerca de 90% de seus automóveis novos funcionam tanto com álcool como com gasolina (misturada com 25% de etanol). No final de 2008, o etanol representava mais de 52% do combustível consumido por veículos leves. 

O Brasil é um dos líderes mundiais em financiamento de energias renováveis. Em 2008, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou mais projetos de energias renováveis que qualquer outra instituição financeira do mundo. 

O relatório destaca que embora o Brasil represente mais de 90% dos novos investimentos na América Latina, Chile, Peru e México também estão aumentando seu apoio institucional às energias limpas.


Energia limpa 

Conjunto de fontes energéticas alternativas às fontes tradicionais de energia, como o petróleo e o carvão mineral, ambos poluentes e não-renováveis, as energias limpas, como biomassa, energia solar, eólica e maremotriz, entre outras, representam um novo modelo de produção de energia mais econômica e ambientalmente correta. 

O assunto vem despertando o interesse de investidores, que passaram a financiar empresas no setor de tecnologia limpa. Entre 2004 e 2006, segundo a Venture Business Research, os investimentos nessa área feitos por capitais de risco e fundos de investimento em participações quadruplicaram, indo de cerca de US$ 500 milhões para quase US$ 2 bilhões. 

Para o grupo ambientalista WWF, se os combustíveis fósseis forem deixados de lado pelos próximos cinco anos, existe uma real chance de se evitar efeitos mais graves na alteração do clima no planeta. Para isso, o grupo suíço ressalta que as energias limpas podem atender à crescente demanda mundial, mantendo a elevação da temperatura média abaixo dos 2º C, o limite menos perigoso para a humanidade. 

O potencial das energias limpas também é visível do ponto de vista financeiro. Quem tem investido no setor não demonstra arrependimento. Só o ramo de produtos e equipamentos voltados para a produção de energia solar movimentou em 2006 cerca de US$ 20 bilhões em todo o mundo. O crescimento na próxima década está projetado para alcançar a marca dos 25% ao ano, chegando aos US$ 150 bilhões em 2015. Os analistas prevêem que os negócios com energia limpa crescerão entre 20% e 30% ao ano, durante uma década. 

Segundo a revista The Economist, o Estado norte-americano da Califórnia encampa uma "ambiciosa iniciativa de fomento ao uso de energia solar, denominada Um Milhão de Tetos com Painéis Solares". O Estado pagará US$ 2,9 bilhões em restituições por dez anos para famílias e empresas que instalem painéis solares. O governo dos Estados Unidos também está contribuindo com um crédito tributário de 30% do custo de instalação. Todos os tipos de empresas no Estado se esforçam para instalar painéis solares subsidiados. A idéia é que, em 2010, o Estado gere 20% de sua eletricidade por meio de fontes renováveis. Para 2010, a União Européia (UE) tem como meta gerar 18% da demanda de eletricidade a partir de fontes renováveis. 

De acordo com o programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o estudo Global Trends in Sustainable Energy Investment 2007 mostra que somente em novos projetos de energia renovável devem ser investidos US$ 85 bilhões neste ano, ou mais de três vezes o que movimenta o mercado de créditos de carbono, que está em torno de US$ 30 bilhões anuais. No ano passado, o investimento alcançou US$ 71 bilhões. Dos 226 projetos de redução de gases de efeito estufa com base nas normas do Protocolo de Kyoto, 61% referem-se à geração de energia elétrica limpa.

Fonte: Terra

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