segunda-feira, 15 de março de 2010

Pedofilia na internet

De todos os tipos de crimes, a pedofilia é sem dúvida o pior. Ela não só fere as crianças, como tira delas os sonhos, a inocência e a liberdade. Uma matéria veículada ontem pelo Fantástico mostrou como é fácil aliciar menores de idade pela internet. Dois repórteres, um homem e uma mulher, se fizeram passar por crianças de 13 anos e entraram na rede; e em pouquíssimos instantes já estavam conversando com pessoas mais velhas. E o que é ainda pior, sendo aliciados para encontros em lugares públicos (prática comum aos pedófilos para não levantar suspeita).

No geral, os aliciadores são homens bem mais velhos, com idades que variam entre 40 e 60 anos. Gente imunda, sem caráter algum, que atrai suas presas da forma mais baixa que existe. Para ganhar a confiança delas, eles se cercam do universo infantil. Conhecem os personagens da moda, os filmes, os jogos, as escolas, etc. São pessoas inteligentes, estudadas e, quase sempre, possuem bons empregos.

Apesar de toda propaganda em torno do assunto, ainda é muito fácil para esses “canalhas” em pele de “cordeiro” seduzir e enganar as crianças. Trata-se de um mundo sujo e nojento, mas ao qual não podemos fechar os olhos. é preciso estar atento ao comportamento dos jovens, suas amizades, o que andam acessando na net, etc. Eu costumo chamar isso de "liberdade vigiada". É triste, mas infelizmente não dá pra ser diferente. Isso está acontecendo agora, em qualquer parte do mundo. Pode estar acontecendo com os nossos filhos ou com os filhos dos nossos amigos. Como disse uma das vítimas ao Fantástico, “a internet é um mundo maravilhoso, mas também muito perigoso”.

A matéria abaixo é da revista Época. Vale a pena ler:


Em apenas 90 segundos, ex-investigador atrai pedófilos na rede

A imagem acima pode ser chocante. Mas o relato a seguir de Mark Willliam Thomas, um ex-investigador da polícia britânica, criminologista e que trabalha com serviços de proteção à criança há 15 anos é ainda mais impressionante. Em depoimento ao jornal inglês Daily Mail, o ex-investigador contou que se passou por uma menina de 14 anos em uma das mais populares redes sociais na internet. Em apenas 90 segundos, um homem de meia-idade já se ofereceu para fazer sexo na frente do computador. Depois de cinco minutos, aparecem outros interessados na “menina” apresentada por Mike como uma morena de 14 anos. Ele conta que os pedófilos usam a linguagem dos adolescentes para tentar atrair sua presa. Em inglês, eles apareceram perguntando as siglas A S L (age, sex, location ou idade, sexo e lugar) para iniciar o diálogo. Alguns deles vão direto ao assunto e de forma incisiva perguntam à menina se ela já fez sexo, se é virgem ou se está disposta a se despir em frente ao computador.

Alguns testam para saber se Mark realmente é a adolescente que diz ser. Mas ele consegue disfarçar. Os abusadores perguntam quais são suas preferências, seus hobbies e em que escola estudam. Uma vez convencidos da identidade da criança, fazem convites para encontrá-la. Os pedófilos também criam perfis falsos, se passando por outros adolescentes para tentar convencer a criança de que fazer sexo é bom. “Faça sexo com ele. Eu já fiz e foi bom”, disse um deles. Mesmo com sua vasta experiência nesse campo, Mark escreve que se sentiu absolutamente chocado em perceber que apenas uma hora na internet foi o suficiente para atriar tantos pedófilos.

No Brasil, segundo dados da IBOPE/Netratings são cerca de 1,3 milhão de crianças entre seis e 11 anos que estão na rede. A questão é como controlar o uso do computador sem cercear a liberdade delas. Com uso adequado, a rede pode trazer muitos benefícios às crianças. Até porque, é muito difícil isolá-las do mundo digital. Então, como protegê-las?

A ONG SaferNet dá dicas de como proteger seu filho. Uma das mais importantes é instruir as crianças a nunca dar dados pessoais a quem não conhece. Outra é limitar a rede de amigos pela web a apenas pessoas conhecidas. Se souber de algum caso, não deixe de denunciar: discando 100 (discagem gratuita) ou pelos endereços da Agência Nacional dos Direitos da Infância e da ONG Safernet.

O assunto é muito sério. Tanto é que o ex-investigador resolveu se passar por uma adolescente para provar que é muito fácil ser ludibriado. Ele fez isso logo depois de ser noticiada na mídia europeia a morte da jovem inglesa Ashleigh Hall, de 14 anos, que foi estuprada e assassinada por um homem que conheceu no Facebook.

Fonte: Revista Época


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