quinta-feira, 23 de julho de 2009

A importância da Educação Continuada


Eu fiz algumas matérias interessantes sobre Educação para a Folha de S. Paulo, e vou postar algumas aqui. Segue abaixo a primeira, sobre a importância da educação continuada:


No caminho da ascensão profissional

Educação representa incremento de renda
e brasileiros já têm 11 mil opções de cursos de pós-graduação


Por Márcia Vilas Boas

Num mercado cada vez mais globalizado, a necessidade de continuar investindo em educação, mesmo depois de concluir o ensino superior, está
em alta. Além de garantir a manutenção do nível de empregabilidade e permitir carreiras mais bem estruturadas e duradouras, a educação também representa melhores salários. A pesquisa "Você no Mercado de Trabalho", realizada em 2008 pela FGV, mostrou que para cada ano de estudo há, em média, um aumento de 15% nos rendimentos do trabalhador brasileiro. O salário médio de uma pessoa analfabeta, na época da pesquisa, estava em R$ 401, enquanto para aqueles que possuíam pós-graduação o valor era de R$ 5.027.

Os dados mostram ainda que a taxa de retorno, ou seja, os ganhos obtidos para cada ano investido na escola, caiu 16% em relação a 2003 no Brasil, mas ainda é bastante alta no País, quando comparada aos padrões internacionais. De zero para quatro anos de estudo, o salário cresce 11,64% para cada ano estudado, mas quando a escolaridade passa de 14 para 18 anos, o salário aumenta 35,65% por ano de estudo, por isso a taxa de retorno apresenta rendimentos crescentes.

Por outro lado, o estudo também apontou que a educação perdeu um pouco a capacidade de determinar o salário, apesar de ainda ser o fator mais importante para a composição dos rendimentos. O fato é que em locais como Sul e Sudeste, com maior índice de pessoas com melhor nível educacional, ela pesa menos. No Nordeste a taxa de retorno é de 17% e de 12% no Sul, respectivamente as regiões com o menor e maior índice de educação.

Pós

A equação que mostra que educação resulta em melhores salários e chances profissionais está traduzida, também, no crescimento de oferta e procura por cursos de pós-graduação no Brasil. Dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) mostram que os programas de stricto sensu – Mestrados Acadêmico e Profissional, e Doutorado– tiveram um incremento de 6,5% em 2008, somando 2.568, ante 2.410 em 2007.

O levantamento também aponta aumento de 6,3% no número de matrículas no exercício em questão, perfazendo 141.376 (em 2007 o número era de 132.979). Desse total, 84.260 foram para programas de Mestrado, 49.280 para Doutorado e 7.836 para Profissionalizante. A área de Ciências Humanas foi a que concentrou maior número de alunos, com 17,3%, seguida de Engenharias, com 15,0%, Saúde, com 13,8%, e Ciências Sociais e Aplicadas, com 13,2%. Quanto aos programas de lato sensu, conforme dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC), somavam 8.866 em 2006, ano do último levantamento. Este tipo de modalidade engloba, além dos cursos de especialização, também os MBAs (Master Business Administration).

Porém, escolher qual de pós-graduação seguir pode não ser uma tarefa simples. A decisão certa depende do objetivo profissional e do perfil pessoal de cada um. “Cada profissão exige um tipo de pós. Primeiro é preciso saber o que se quer da vida. Se o objetivo é melhorar o desempenho profissional, o ideal é fazer um curso de especialização. Os MBAs são ótimos para as pessoas que almejam cargos de liderança. Hoje existem muitas opções desses programas no Brasil, em especial na área de Administração de Empresas. Já os mestrados e doutorados são mais indicados para quem deseja seguir carreira acadêmica ", explica Clovis Bueno de Azevedo, doutor em Ciências Políticas e professor do Departamento de Gestão Pública da Fundação Getúlio Vargas.


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