quinta-feira, 18 de junho de 2009

Se for dirigir, não beba...


UM ANO APÓS A LEI SECA, CRESCEM ACIDENTES E FERIDOS EM ESTRADAS FEDERAIS; MORTES TÊM LEVE QUEDA

Levantamento feito pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) do primeiro ano da aplicação da lei seca no país mostra que aumentou o número total de acidentes de carros e de feridos nas rodovias federais do país, mesmo com a fiscalização mais rigorosa.

Entre os dias 20 de junho de 2008, quando a lei 11.705 entrou em vigor, e 16 de junho de 2009, foram 138.226 acidentes, contra 127.683 no mesmo período do biênio 2007-2008. Os feridos foram de 76.056 no período anterior para 79.269 após a lei.

O número de mortes teve uma leve queda, passando de 6.729 no ano anterior para 6.614 durante a aplicação da lei seca. A cada 19 acidentes no período anterior à lei seca, havia uma morte. Com a aplicação da lei, o índice passou para 20,9.

A PRF cita como fatores agravantes para o aumento no número de acidentes as "fortes chuvas em Minas Gerais e em Santa Catarina" e o "aquecimento interno do turismo durante o verão". Entretanto, a instituição vê com bons olhos os números. Segundo a polícia, o crescimento da frota no mesmo período foi de 16,5%, enquanto os acidentes com feridos aumentaram 7%.

"Houve um aumento da frota, a melhoria das rodovias, mas a fiscalização continua inócua. Enquanto não tiver uma fiscalização decente, os resultados não irão melhorar", afirma o engenheiro Luiz Célio Bottura, consultor em transporte e ex-presidente da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A).

A diminuição das pessoas que se recusaram a fazer o teste do bafômetro também é comemorada. O índice caiu de 18% no primeiro semestre de aplicação da lei para 13% no segundo. Segundo dados da PRF, há um aparelho em uso para cada 80 km de rodovias. No total, são 750 bafômetros espalhados pelo país. O número deve aumentar em mais 3.000 até o final do ano, segundo previsão do Ministério da Justiça.

"Criaram a lei (seca) sem ter equipamento suficiente para fiscalizar. Cada policial teria que ter um bafômetro", diz Bottura.

No último ano, 14 mil pessoas foram consideradas embriagadas no volante, e 9.000 foram presas em flagrante. Segundo a PRF, nos primeiros seis meses de fiscalização, cerca de 40 mil motoristas sopraram o bafômetro. Em 2009, esse número subiu para 320 mil motoristas.

O motorista se mostrou mais prudente no segundo semestre de aplicação da lei. No primeiro, 1 a cada 6 testes resultavam em flagrante. No segundo, 1 a cada 40 testes feitos no bafômetro indicaram alguém alcoolizado. No entanto, para Bottura, "a melhor forma de educar o motorista é multando".

"Quando a lei (seca) foi criada, houve uma certa diminuição dos acidentes, um certo respeito dos motoristas em razão da fiscalização. Mas foi só por um tempo, depois isso passou. A lei seca não precisava ser criada. É preciso aumentar a fiscalização", afirma o engenheiro.

Fonte: UOL


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