O corpo da mulher passa por uma série de transformações durante o ciclo menstrual, que interferem nos nossos sentimentos, inclusive no desejo sexual. Ao contrário dos homens, os nossos hormônios oscilam muito em apenas trinta dias. Para eles é sempre uma constante, a queda acontece apenas no final da vida.
A grande responsável pela libido é a testosterona, hormônio masculino que permanece em menor quantidade no organismo da mulher. Conforme a ginecologista Rosa Maria Neme, doutora nesta área pela Universidade de São Paulo, no primeiro dia do ciclo, quando ocorre a menstruação, os níveis de estrógeno e progesterona caem, mas fazem com que a mulher tenha desejo, mesmo porque elas têm mais lubrificação e estão relaxadas com o final dos sintomas da TPM.
Depois que a menstruação acaba, a produção de estrógeno cresce, assim como a de progesterona, só que em menor quantidade. O apetite sexual também, principalmente quando se chega entre o 12º e o 14º dia do ciclo.
“A natureza explica isso. Neste período, quando ela está fértil, os níveis de testosterona chegam ao seu pico. A mulher fica mais atraente e com a libido em alta. É uma forma de estimular a procriação no exato dia que ela tem mais propensão para engravidar. Mas isso não é uma regra, pois outras alterações influenciam no desejo”.
Depois disso, o contrário acontece. A partir do 17º dia, o desejo sexual não é tão intenso porque os níveis de estrógeno caem e os sintomas da conhecida TPM começam lá pelo 22º ou 23º dias. Caso ocorra a gravidez, a progesterona prepara o útero para receber o embrião e a mulher chega a ficar mais inchada. Durante a gestação, a relação entre desejo sexual e fases da gravidez é semelhante com a que ocorre durante o ciclo menstrual, só que dividido em três trimestres.
"No primeiro trimestre, esta diminuição está relacionada com sintomas desagradáveis, como o medo de abortamento, medo de machucar o bebê e as mudanças físicas e psíquicas às quais o casal deve se adaptar. No segundo há um aumento do desejo sexual, às vezes sendo até maior que o desejo e resposta sexual anterior à gravidez. Assim como no final do ciclo, no terceiro trimestre da gestação, a libido fica menor principalmente por conta do mal-estar físico, cansaço, estresse, ansiedade e o incômodo no momento das relações”, esclarece a ginecologista.
Anticoncepcionais, como, pílula, anel vaginal, implantes e adesivos inibem a libido. Isso acontece porque certos anticoncepcionais atingem a SHBG, proteína responsável pelo transporte da testosterona. Eles também bloqueiam a ovulação, dessa forma o desejo, que vai e vem durante o ciclo, é amenizado. “A relação da libido com a pílula depende de cada mulher, vai variar de cada paciente e sua reação aos anticoncepcionais com baixa ou alta dosagem de estrógeno e progesterona”, finaliza.
Caso você perceba que a falta de desejo permanece procure antes de mais nada o seu ginecologista. Ele irá observar se existe algo de errado, como uma disfunção hormonal, por exemplo. Mas se o problema ocorre no relacionamento do casal, a terapia, sem dúvida, é uma importante aliada.
Fonte: Vila Dois
Nenhum comentário:
Postar um comentário