Sabe aqueles dias que a gente se procura e não se acha em lugar nenhum?
Que o vazio chega a ter peso dentro do peito e dói?
É, o vazio pesa, contrariando todas as leis da física!
E quanto mais vazio o coração fica, mais pesado ele é, e mais ele dói...
Ando de lá pra cá e não encontro pouso... tudo é tão sem graça, como se toda a beleza do mundo tivesse se esvaído.
Caminho sem rumo pela cidade.
O vento passa por mim como a zombar da minha apatia.
Não vejo mais o tumulto do ir e vir das calçadas apinhadas de gente, nem ouço o burburinho das conversas nos bares.
As buzinas também silenciaram.
É como se o mundo, de repente, tivesse parado, e só a solidão do meu peito estivesse a gritar.
Nos olhos, já sem lágrimas, a esperança se foi.
As mãos estão sem força e os pés estão cansados.
O corpo sente frio, mas não se importa, pois perdeu o abraço que o acalentava.
Na boca, o gosto é de fel.
O amor recolheu-se num canto, cabeça baixa, sem nada entender...
O carinho está de braços cruzados...
O sangue caminhando nas veias...
A saudade na janela...
A fé cansada, suspirando fundo...
O sonho insone, gesticulando, gritando, tentando animar os demais.
Preciso encontrar meu lugar!!!
Quero que meu sangue ferva,
Quero amor sem pressa e sem hora,
Quero mesa pra dois,
Beijo na nuca na escada rolante,
Quero segredos derramados na orelha,
Quero guerra de travesseiros,
Quero ombro no cinema,
Quero mãos dadas na calçada,
Quero conversar até altas horas,
Quero rir em parceria,
Quero dançar no tapete,
Quero olho no olho,
Quero sinceridade,
Quero confiança,
Quero entrega,
Quero pouso,
Quero fazer falta!!!!