quinta-feira, 25 de junho de 2009

Doenças da tireóide


Faz tempo que eu não posto matérias de saúde aqui, então hoje quero falar de uma doença que é bastante comum, especialmente nas mulheres, e que afeta uma série de outras funções do nosso organismo: o hipotireoidismo (diminuição de funcionamento da tireóide; falta de tireóide, tireóide cansada).


Primeiro, vamos entender o que é e Tireóide:


A tireóide é uma glândula localizada na região anterior do pescoço, logo abaixo do "pomo de Adão".

Lembra a forma de uma borboleta, sendo as "asas" chamadas de lobos (direito e esquerdo) e a parte central chamada de istmo da tireóide.

Esta importante glândula tem a função de produzir hormônios essenciais ao funcionamento normal do organismo, agindo sobre praticamente todos os órgãos. Os principais hormônios produzidos são chamados de T3 e T4.


As doenças que podem afetar a tireóide são relativamente comuns, sendo as principais:

Ø Bócio: aumento generalizado do tamanho da tiróide.

Ø Nódulo da Tireóide: aumento localizado na glândula.

Ø Neoplasias: são os tumores benignos ou malignos.

Ø Alterações Hormonais: sendo os principais:

Hipotiroidismo: diminuição da produção hormonal.

Hipertiroidismo: aumento da produção hormonal.


Importante ressaltar a presença de 4 a 6 pequenas estruturas localizadas atrás da tireóide. Estas estruturas são chamadas de glândulas paratireóides, responsáveis pela produção de um hormônio denominado paratormônio - PTH, sendo um dos reguladores do metabolismo do cálcio no organismo.


O HIPOTIREOIDISMO


O que é?

Conjunto de sinais e sintomas decorrentes da diminuição dos hormônios da tireóide.

Como se desenvolve?

É um quadro clínico que ocorre pela falta dos hormônios da tireóide em decorrência de diversas doenças da tireóide.


No recém-nascido, as causas mais frequentes envolvem:

Ø Falta de formação da glândula tireóide (defeitos embrionários)

Ø Defeitos hereditários das enzimas que sintetizam os hormônios

Ø Doenças e medicamentos utilizados pela mãe que interferem no funcionamento da glândula da filho


Em adultos, a doença pode ser provocada por:

Ø Doença autoimune (tireoidite de Hashimoto)

Ø Após cirurgia de retirada da tireóide por bócio nodular ou neoplasia

Ø Por medicamentos que interferem na síntese e liberação dos hormônios da tireóide (amiodarona, lítio, iodo)

Ø Mais raramente, por bócio endêmico decorrente de deficiência de iodo na alimentação


O que se sente?

No recém-nascido, ocorre:

Ø Choro rouco

Ø Hérnia umbelical

Ø Constipação

Ø Apatia

Ø Diminuição de reflexos

Ø Pele seca

Ø Dificuldade de desenvolvimento


Se o paciente não receber tratamento adequado até a quarta semana de vida, pode ocorrer retardo mental severo, surdez e retardo no desenvolvimento de peso e altura.


Na criança, a doença pode provocar déficit de crescimento associado à:

Ø Pele seca

Ø Sonolência

Ø Déficit de atenção

Ø Constipação

Ø Intolerância ao frio

Ø Apatia


No adulto, os sintomas são de:

Ø Intolerância ao frio

Ø Sonolência, constipação

Ø Inchumes nas extremidades e nas pálpebras

Ø Diminuição de apetite

Ø Pequeno ganho de peso

Ø Fraqueza muscular

Ø Raciocínio lento

Ø Depressão

Ø Cabelos secos, quebradiços e de crescimento lento

Ø Unhas secas, quebradiças e de crescimento lento

Ø Queda das pálpebras

Ø Queda de cabelos


A doença predomina no sexo feminino, no qual ocorre também irregularidade menstrual, incluindo a cessação das menstruações (amenorréia), infertilidade e galactorréia (aparecimento de leite nas mamas fora do período de gestação e puerpério).


Quando a doença tem causa autoimune (tireoidite de Hashimoto) pode ocorrer vitiligo e associação com outras moléstias autoimunes:

Ø Endócrinas (diabetes mellitus, insuficiência adrenal, hipoparatireoidismo)

Ø Sistêmicas (candidíase, hepatite autoimune)


Como o médico faz o diagnóstico?

No recém-nascido, deve ser realizada a triagem neonatal através da dosagem de T4 ou TSH em papel filtro. Se essas dosagens forem alteradas, o exame deve ser confirmado com os mesmos procedimentos no sangue e, se alterados, iniciar de imediato o tratamento.

No adulto, o diagnóstico é estabelecido pelas dosagens de T4 e TSH, e se os mesmos estiverem alterados (T4 baixo e TSH elevado), deve ser buscada a causa do problema por meio da pesquisa de anticorpos antitireoperoxidase (anti-TPO), antimicrossomais ou antitireoglobulina, que demonstrarão a causa autoimune do distúrbio. Em pacientes com cirurgia prévia, além dos anticorpos, pode ser realizada também a pesquisa do resíduo de tecido tireóideo remanescente, por meio da ultrassonografia ou da cintilografia de tireóide. Deve ser também analisado o perfil lipídico do paciente, uma vez que ocorre severa dislipidemia associada ao estado de hipotireoidismo.


Como se trata?

O tratamento de todas as formas de hipotireoidismo é realizado com Tiroxina (T4) em doses calculadas de 1,6 a 2,2 microgramas por Kg de peso corporal no adulto e de 3 a 15 microgramas por kg de peso corporal, dependendo da idade do paciente. O controle do tratamento é realizado pela dosagem de TSH, que deve se manter sempre normal. Nos pacientes dislipidêmicos devem ser monitorizados também os níveis de colesterol e triglicerídeos.


Como se previne?

Os casos que ocorrem após a cirurgia de retirada da tireóide, por bócio nodular ou neoplasia, podem ser prevenidos por meio de cirurgia adequada, no momento em que a mesma é indicada para o tratamento de bócio. Nas demais situações, pode ser realizado um diagnóstico precoce, porém prevenção primária não é disponível.

(Fonte ABC da Saúde)


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