No Brasil existem cerca de 70 milhões de indivíduos acima do peso, o dobro do que havia há três décadas, segundo dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, e destes, 18 milhões são considerados obesos. Para muitos, a única solução para evitar a obesidade mórbida, considerada pelos médicos doença grave, com risco de morte, é ou será a cirurgia bariátrica. Somente por meio do SUS, foram 1.813 procedimentos em 2003, cerca de 2 mil em 2004 e 2.266 em 2005.
Na rede privada, o crescimento é ainda maior, colocando o Brasil como o segundo país do mundo na realização deste tipo de cirurgia, ficando atrás, apenas, dos Estados Unidos, conforme a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica (SBCB).
Segundo a nutricionista, os cuidados devem começar muito antes da cirurgia. Consultas ao médico, nutricionista e psicólogo são fundamentais. "As modificações na alimentação e no estilo de vida do paciente devem começar numa fase bem anterior, para que ele tenha tempo de se habituar à nova rotina que será imposta depois da redução", alerta Coppini. Algumas destas mudanças referem-se aos hábitos alimentares. "O paciente precisará comer devagar, mastigar bem, reduzir os intervalos entre as refeições e saber selecionar os alimentos. Estas mudanças estão diretamente relacionadas ao sucesso da cirurgia", explica.
Outro problema facilmente contornável com acompanhamento nutricional é a desnutrição. Sob supervisão de nutricionista será possível garantir que todas as necessidades do paciente sejam supridas por meio da alimentação ou suplementos específicos. "A maneira de pensar também precisa sofrer transformação. O estômago agora estará bastante reduzido e não haverá espaço para tudo aquilo que ele sentir vontade de comer", lembra o Dr. Bertevello.
"Em muitos casos, anos após a cirurgia o paciente ainda não está acostumado à nova condição física e acaba exagerando na comida", alerta Luciana. "É necessária muita disciplina e respeito às orientações dos especialistas, pois a cirurgia não é um passe de mágica. Sem os cuidados necessários o paciente pode até mesmo voltar a engordar."
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