Tendo como pretexto as comemorações da efeméride de 7 de setembro, a exposição “Da independência ao Grito”, no Monumento à Independência e na Casa do Grito, resgata os processos históricos que precederam a Independência do Brasil e os movimentos sociais que a desencadearam. Com curadoria da arqueóloga Margarida Andreatta, da historiadora Cecília Salles e do museólogo Ricardo Bogus - todos do Museu Paulista, a mostra é dividida em dois módulos - Um projeto de monumento e Histórias de uma casa de pau-a-pique.
O Monumento à Independência - que juntamente com a cripta em seu interior é marco simbólico das origens nacionais, recebe o acervo do tópico Um projeto de monumento, com textos, fotografias, mapas e documentários que remetem a proclamação de 1822. "Procuramos oferecer múltiplas possibilidades de compreensão desse período", explica Cecília Salles.
Entre os destaques do módulo estão projeções dos documentários Memória da Independência - sobre exposição apresentada no Rio de Janeiro em 1972, Ipiranga 1922 - que acompanha a construção do Monumento à Independência, e Dom Pedro volta ao Ipiranga - um roteiro do percurso dos restos mortais do imperador até a chegada ao Brasil. Os filmes foram cedidos pela Cinemateca Brasileira e pelo Museu da Imagem e do Som - MIS.
Na Casa do Grito, em Histórias de uma casa de pau-a-pique, vários aspectos da edificação - um dos raros exemplares dessa técnica construtiva na cidade – são retratados por meio de imagens - reconstituição do período em que era habitada, ilustrações, textos e até de uma maquete. Depoimentos de ex-moradores do imóvel, recolhidos na década de 80 em pesquisa da arqueóloga Margarida Andreatta, completam o acervo. De acordo com os curadores, a ideia é situar historicamente a construção, tombada em 1975 pelo Condephaat, dentro do bairro do Ipiranga e do Parque da Independência.
ONDE?
Museu Paulista da USP
Parque da Independência: Av. Nazaré, s/nº - Ipiranga. Tel: (11) 2065-8000.
Terça a domingo, das 9h às 17h.
Exposição por tempo indeterminado.
Entrada: R$4.
VOCÊ SABIA?
O Monumento à Independência foi criado em 1922 como parte das comemorações do centenário da emancipação política brasileira. Em 1917, o Governo do Estado organizou um concurso, aberto à participação de artistas brasileiros e estrangeiros que apresentaram projetos e maquetes. O conjunto de maquetes foi exposto no Palácio das Indústrias. O meio cultural fez críticas à realização do concurso, à participação de artistas estrangeiros e à composição da comissão julgadora. O projeto vencedor foi o do artista italiano Ettore Ximenes, cuja aprovação não teve a unanimidade da comissão, que estranhou a ausência de elementos mais representativos do fato histórico brasileiro a ser perpetuado. O projeto de Ximenes foi então alterado, com a inclusão de episódios e personalidades vinculados ao processo da independência, tais como: a Revolução Pernambucana de
O monumento, embora não concluído, foi inaugurado em 7 de setembro de 1922, ficando completamente pronto somente quatro anos depois.
Ao longo do tempo, o monumento sofreu vários acréscimos. Em 1953, começou a ser construída, em seu interior, a cripta, onde seriam depositados os despojos da Imperatriz Leopoldina, em 1954. Em 1972, consolidou-se a sua sacralização com a vinda dos despojos de D. Pedro I e, posteriormente, em 1984, dos restos mortais de D. Amélia, segunda Imperatriz do Brasil.
Em 2000 foi criado um novo espaço em seu interior, concebido pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH), possibilitando o acesso público às entranhas desta escultura comemorativa. O trabalho concentrou-se nas alterações arquitetônicas no interior do monumento: novos acessos da Capela Imperial, construção da escada monumental , sanitários, áreas de apoio e serviços. Externamente, foram restaurados os grupos escultóricos do monumento. O painel em alto-relevo, “Independência ou Morte”, recebeu intervenção interna e externa.
Monumento à Independência
Pça. do Monumento, s/no - Ipiranga, São Paulo, SP
Fone 11 2273 4981
Aberto de terça a domingo, das 9 às 17h
Visita orientada.
Entrada franca.
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