Nós temos má-vontade para com a solidão. A maioria de nós quer sempre estar acompanhada de alguém, de poucos ou de muitos, mas não se permite estar só, a não ser por imposição das situações. E quando ficamos sós, nós o fazemos a contragosto. Mesmo quando em essência nos sentimos sós, preferimos a tal da solidão acompanhada. Mesmo quando não temos nada a partilhar com a pessoa ao nosso lado, muitas vezes escolhemos permanecer ao lado dela. E permanecer é o emblema da primeira das leis de Newton: a Lei da Inércia.
Sim, o ser humano é gregário; sim, precisamos do contato com outros humanos e sim, é muito bom estarmos com outras pessoas. Mas também é muito bom que, de vez em quando, abramos um espaço em nós para nós mesmos, só para nós. É muito bom nos permitirmos esse encontro com a pessoa (ou, no mais das vezes, as pessoas) que somos nós.
Não há possibilidade de uma pessoa se encontrar com ela própria, a não ser no lugar da solidão. É muito bom fazermos uma reserva de lugar para a solidão, que é, afinal, a reserva de lugar para nós mesmos. O lugar da solidão é, sem dúvida, assustador. É nele que os nossos demônios dão o ar de sua graça. É nele que as vilanias de dentro vêm à tona e se mostram. É na solidão que temos menos possibilidade de nos negarmos. Sim, é na solidão que o pensamento costuma efervescer e nos revela nossos fragmentos, pouco a pouco, tendendo à nossa inteireza. E por causa dessa tendência à inteireza, é óbvio que as nossas vilezas também aparecem.
A solidão atordoa e assusta sim, mas se não nos conhecermos minimamente, como seremos capazes de sermos melhores no adiante? Como seremos capazes de, nos nossos relacionamentos com os outros, reconhecer quando os nossos demônios interiores estão atuando e afastá-los quando prejudicam? Que qualidade terá a nossa convivência com as pessoas que nos rodeiam, se não prestarmos atenção aos nossos aspectos íntimos? Como poderemos dispor do mínimo de sinceridade para com os outros, se não suportarmos ser sinceros conosco?
O lugar da solidão não é um lugar de inércia. É bem verdade que, conhecendo-nos e aos nossos limites, muitas vezes optamos em permanecer em determinadas situações por ser mais interessante ou mais conveniente. Mas essa escolha deve advir de liberdade e consciência, engendradas por movimentos não uniformes. Aliás, o lugar da solidão está mais para abrigar as segunda e terceira leis de Newton: a segunda lei, a da força resultante quando um corpo é atingido por sua aceleração e a terceira, o princípio da ação e da reação. Mesma força, mesma direção, sentidos contrários...
E o nosso psiquismo também vai cumprindo as leis da física. É maravilhoso estarmos com outras pessoas, mas é fundamental que partilhemos com elas o nosso eu mais sincero. O nosso eu que a nós nos é desvendado quando reservamos um lugar para a solidão. Reservemo-lo.
Sim, o ser humano é gregário; sim, precisamos do contato com outros humanos e sim, é muito bom estarmos com outras pessoas. Mas também é muito bom que, de vez em quando, abramos um espaço em nós para nós mesmos, só para nós. É muito bom nos permitirmos esse encontro com a pessoa (ou, no mais das vezes, as pessoas) que somos nós.
Não há possibilidade de uma pessoa se encontrar com ela própria, a não ser no lugar da solidão. É muito bom fazermos uma reserva de lugar para a solidão, que é, afinal, a reserva de lugar para nós mesmos. O lugar da solidão é, sem dúvida, assustador. É nele que os nossos demônios dão o ar de sua graça. É nele que as vilanias de dentro vêm à tona e se mostram. É na solidão que temos menos possibilidade de nos negarmos. Sim, é na solidão que o pensamento costuma efervescer e nos revela nossos fragmentos, pouco a pouco, tendendo à nossa inteireza. E por causa dessa tendência à inteireza, é óbvio que as nossas vilezas também aparecem.
A solidão atordoa e assusta sim, mas se não nos conhecermos minimamente, como seremos capazes de sermos melhores no adiante? Como seremos capazes de, nos nossos relacionamentos com os outros, reconhecer quando os nossos demônios interiores estão atuando e afastá-los quando prejudicam? Que qualidade terá a nossa convivência com as pessoas que nos rodeiam, se não prestarmos atenção aos nossos aspectos íntimos? Como poderemos dispor do mínimo de sinceridade para com os outros, se não suportarmos ser sinceros conosco?
O lugar da solidão não é um lugar de inércia. É bem verdade que, conhecendo-nos e aos nossos limites, muitas vezes optamos em permanecer em determinadas situações por ser mais interessante ou mais conveniente. Mas essa escolha deve advir de liberdade e consciência, engendradas por movimentos não uniformes. Aliás, o lugar da solidão está mais para abrigar as segunda e terceira leis de Newton: a segunda lei, a da força resultante quando um corpo é atingido por sua aceleração e a terceira, o princípio da ação e da reação. Mesma força, mesma direção, sentidos contrários...
E o nosso psiquismo também vai cumprindo as leis da física. É maravilhoso estarmos com outras pessoas, mas é fundamental que partilhemos com elas o nosso eu mais sincero. O nosso eu que a nós nos é desvendado quando reservamos um lugar para a solidão. Reservemo-lo.
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